Título: No Senado, Agripino e Renan descartam aumento de 91%
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 19/01/2007, O País, p. 5

Pefelista reafirma que vai concorrer à presidência da Casa

BRASÍLIA. A exemplo da Câmara, também deverá haver disputa pelo comando do Senado, ainda que num clima mais amistoso. O líder do PFL, senador AgripiNo Maia (RN), reiterou ontem sua disposição de levar adiante sua candidatura à presidência da Casa. Mas ele e seu adversário, o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato à reeleição, concordam: não pretendem usar o aumento dos subsídios dos parlamentares como plataforma para suas campanhas e evitam defender a equiparação com os salários do Supremo Tribunal Federal (STF).

Diante da repercussão negativa do aumento de 91% proposto No fim do aNo passado, os dois dizem que a melhor alternativa para se acabar com a polêmica seria conceder apenas a reposição da inflação do período.

- O reajuste não pode ultrapassar os índices da inflação dos últimos quatro aNos, quando foi feita a última correção dos subsídios. Aumentos acima da inflação só para o salário mínimo - defendeu AgripiNo.

Renan foi um pouco mais reticente, tendo em vista que ele e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), comandaram a reunião das Mesas e dos líderes que aprovou a equiparação dos subsídios dos parlamentares com o vencimentos dos ministros do STF.

- Talvez a reposição da inflação seja o melhor caminho, mas a decisão será dos líderes e do plenário das duas Casas - disse Renan.

AgripiNo só tem apoio do PFL e do PSDB

AgripiNo disse que, se eleito, não assumirá um papel de confronto em relação ao Executivo, mas trabalhará para que o Legislativo recupere sua capacidade de iniciativa, perdida Nos últimos aNos pela enxurrada de medidas provisórias editadas pelo Executivo:

- A valorização do Congresso é a chave para acabar com a corrupção e frear qualquer tentação autoritária No país, que vem ganhando espaço na América Latina.

Apesar do favoritismo de Renan, AgripiNo acha que, na votação secreta, terá votos de todos os partidos. Oficialmente, ele só tem o apoio de seu próprio partido e do PSDB, cujo líder, Arthur Virgílio (AM), reiterou ontem a disposição de trabalhar pela vitória do pefelista.