Título: Estados pedem ajuda do Exército
Autor: Jungblut, Cristiane e Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 20/01/2007, O País, p. 3

Secretários de Segurança querem que militares reforcem a fiscalização nas fronteiras

CURITIBA. Os secretários estaduais de Segurança Pública vão pedir a ajuda do Exército para reforçar a fiscalização nas fronteiras de todo o país. O anúncio foi feito ontem, em Curitiba (PR), durante o encontro do Colégio Nacional de Secretários Estaduais da Segurança Pública (Consesp), onde estiveram representados 13 estados.

¿ A maioria dos problemas de segurança pública está relacionada com o tráfico de drogas e armas, que vêm da região de fronteira. Existe uma disposição dos estados em trabalhar de forma integrada entre as polícias civil, militar, rodoviária, juntamente com a Polícia Federal e com o apoio das Forças Armadas ¿ afirmou o presidente do Consesp e secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.

Uma das prioridades seria o fortalecimento da vigilância das fronteiras secas a Oeste do Brasil, que vão do Amazonas ao Rio Grande do Sul, cujo projeto deve ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto prevê o apoio do Exército em diversas operações fronteiriças.

¿ É uma proposta de trabalho que nunca foi implementada e que agora é necessária, porque os crimes urbanos estão relacionados à fronteira ¿ afirma Delazari.

Pelo projeto, em um mesmo espaço físico iriam operar as polícias civil, militar, rodoviária e Exército, atuando em conjunto em operações para combate ao crime e ao tráfico de armas pesadas e drogas.

¿ A entrada do Exército seria gradativa ¿ ponderou ele, que defende agilidade para que o Exército passe a integrar as polícias estaduais.

De acordo com o secretário-adjunto da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, Lauro Malheiros Neto, a proposta é utilizar o serviço integrado de inteligência para monitorar os criminosos mais perigosos de São Paulo e Rio de Janeiro.

¿ Faz parte de um planejamento que pretende monitorar os criminosos que saem de São Paulo e, para isso, é preciso que os estados se comuniquem e haja um trabalho de prevenção nas fronteiras ¿ disse.

Além disso, o tom da reunião também foi de reivindicação para que os recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública não sejam desviados para o pagamento dos juros da dívida pública, mas repassados integralmente aos estados.

Liberação de recursos pelo governo em queda

Desde que foi criado, em 2001, a liberação de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública registra queda, passando de R$1 bilhão em 2001 para R$400 milhões no ano passado e R$280 milhões para este ano. O Fundo distribui recursos para equipar a segurança pública nos estados, de armamento a compra de equipamentos e investimento em formação profissional.

¿ É hora de mudar o foco e investir naquilo que o país precisa. Segurança é a pauta da sociedade hoje e precisamos investir em segurança ¿ afirmou Delazari.