Título: Sindicalistas criticam a ausência de Lula
Autor: Menezes, Maiá
Fonte: O Globo, 22/01/2007, Economia, p. 18

Nome do presidente, citado pelo ministro Dulci, é recebido com cântico africano no evento

NAIRÓBI, Quênia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, convidado pelo Fórum dos Sindicatos para participar de reuniões no Fórum Social Mundial, foi saudado ontem com um caloroso cântico africano quando seu nome foi citado pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, que coordena a relação do governo com os movimentos sociais. A festa não impediu insatisfações. O diretor de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores, João Felício, pouco antes da saudação, afirmou que a ausência de Lula "foi uma decepção".

Junto com Dulci, está no fórum uma comitiva de trinta autoridades brasileiras. Uma equipe do Ministério da Saúde fará um panorama do programa de combate às doenças sexualmente transmissíveis e, sobretudo, à Aids, e o grupo do economista Paul Singer tratará de economia solidária. Na área da luta contra o trabalho infantil, o governo apresentará detalhes sobre o seu Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PET).

O governo brasileiro também fechou contratos de cooperação com países africanos no primeiro dia do fórum. Dulci estima que o fluxo de recursos Brasil-África tenha passado de R$20 milhões para R$70 milhões nos últimos quatro anos. O ministro, que representou Lula, foi saudado como amigo número um do movimento sindical e afirmou que o presidente é quem tem a atribuição de explicar sua ausência no fórum.

- A pergunta não cabe muito. E eu não sou ventríloquo - brincou Dulci, que lembrou que o presidente esteve quatro vezes na África nos dois anos de mandato, visitando doze países: - Mais do que todos os presidentes juntos.

Espaço Brasil recebe cerca de 150 pessoas por dia

A Petrobras montou um bem ornamentado cartão de visitas do Brasil no Fórum Social Mundial. A estatal gastou R$1,5 milhão na produção do Espaço Brasil e na viagem de 170 integrantes de movimentos sociais a Nairóbi. Pelo local, que tem painéis explicativos de projetos do país e da estatal, passam uma média de 150 pessoas por dia, entre integrantes da delegação brasileira, jornalistas e fãs do Brasil. A Petrobras patrocina o espaço desde a criação do fórum, em 2001 (Maiá Menezes).