Título: Energia recebe maior parte dos investimentos
Autor: Barbosa, Flávia e Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 23/01/2007, Economia, p. 17
Ministro diz que, com medidas mais arrojadas de crédito, custo dos empreendimentos cairá 20%
BRASÍLIA. O setor de energia não só receberá, individualmente, a maior parte dos investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), R$274,9 bilhões em quatro anos, como coube a ele as medidas mais arrojadas na área de crédito. Foram feitas alterações nos critérios de avaliação para concessão de empréstimos pelo BNDES, o que permitirá às empresas que investirem no setor elétrico maior capacidade de endividamento. Com isso, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, estimou que o custo de construção dos novos empreendimentos cairá 20%.
As principais mudanças nos financiamentos do BNDES são o aumento do prazo de pagamento de 14 para 20 anos, financiamento de até 80% do valor do empreendimento e aumento da carência do prazo de carência de seis para 12 meses. Também ficou garantida redução no valor das garantias dos projetos.
Foi reduzida ainda a garantia (capital de reserva), de 30% para 25% em relação ao total do investimento, nos projetos de financiamento de usinas hidrelétricas. O BNDES também diminuiu a necessidade de previsão de fluxo de caixa para financiamentos de energia estruturados como project finance: antes, era necessário que a renda do empreendimento fosse de 1,3 vez a parcela do financiamento; agora, esse valor caiu para 1,2 vez, desde que o retorno sobre capital seja de 8%.
Segundo Silas, esta era a principal reivindicação das empresas, que apontavam as condições de financiamento como inibidoras para a construção de usinas hidrelétricas e de outras fontes de energia:
¿ O custo da energia será menor, mantendo a rentabilidade do empreendedor. E isto significa uma tarifa menor.