Título: Aeroportos receberão R$6 bilhões até 2010
Autor: Brígido, Carolina e Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 24/01/2007, Economia, p. 21

No Rio de Janeiro, Antonio Carlos Jobim terá R$70 milhões para reformas em segurança

BRASÍLIA e RIO.O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) vai destinar mais R$2,034 bilhões às obras em aeroportos brasileiros, de forma a garantir que não haja gargalos no setor. Esses recursos se somarão aos R$967 milhões de orçamento próprio da Infraero para beneficiar 20 aeroportos considerados prioritários, dos quais um é o Antonio Carlos Jobim. O antigo Galeão vai receber R$70 milhões este ano ¿ embora as obras não tenham prazo para começar ¿ para reforma de segurança, como adequação e sinalização de pistas.

¿ Se estas obras não forem feitas, a segurança do Galeão, daqui a dois anos, estará comprometida ¿ afirmou o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero.

Com os novos recursos do PAC, o total investido no setor chegará a R$6 bilhões até 2010, segundo levantamento da estatal. A Infraero prevê que o setor poderá ter problemas se investimentos mais vultuosos não forem feitos para a construção de um terceiro grande aeroporto em São Paulo.

O presidente da Infraero acredita que as obras do Tom Jobim estarão concluídas antes do Jogos Pan-Americanos. A cidade de São Paulo também está entre as prioridades da Infraero. Além da reforma da pista auxiliar em Congonhas, que está contratada em R$11 milhões e tem conclusão prevista para 75 dias, em abril será a vez da reconstrução da pista principal e de uma nova torre de controle, a um custo de R$38 milhões ¿ já de recursos do PAC. O Aeroporto Internacional de Guarulhos vai receber R$1,026 bilhão para a construção de um terceiro terminal.

Sindicalista critica investimentos em aeroportos

Jorge Nunes de Oliveira, presidente da Associação de Controladores de Vôo do Rio, criticou os investimentos anunciados pelo governo. Segundo ele, é um absurdo investir nos aeroportos sem se preocupar com novas contratações.

¿ Não adianta construir terminal e arrumar a pista dos aeroportos, se não há nenhuma contratação ¿ disse Oliveira.

Sem resposta do governo, as associações dos controladores de vôo de todo o país voltaram a se reunir em diversas cidades do país para discutir uma reação. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo enviou em dezembro uma pauta de reivindicações ao governo. Teme-se que haja uma série de licenças médicas e até demissões nas próximas semanas. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não divulgou balanço de atrasos nos vôos ontem. Na segunda-feira, dos 885 vôos programados, 311 (35%) tiveram atrasos superiores a uma hora.

COLABOROU Bruno Rosa