Título: Níquel recorde e dividendo agressivo fazem ações da Vale avançarem 5%
Autor: Eloy, Patricia
Fonte: O Globo, 24/01/2007, Economia, p. 25

Papéis levam Bolsa à alta de 1,43%. Empresa pagará US$1,6 bi aos acionistas

A disparada nos preços do níquel no mercado internacional ¿ a commodity chegou a atingir ontem nível recorde histórico ¿ e a agressiva distribuição de dividendos pela Companhia Vale do Rio Doce fizeram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrar o pregão de ontem com valorização de 1,43%, puxada pela alta de mais de 5% das ações da mineradora.

O avanço de mais de 4% nas cotações do petróleo no mercado internacional sustentou a recuperação do mercado, já que as ações da Petrobras ¿ que, sozinha, responde por pouco mais de 16% do Ibovespa ¿ subiram 3,38%. O risco-Brasil caiu 1,59% e voltou à mínima histórica de 185 pontos centesimais. Já o dólar recuou 0,19%, cotado a R$2,133.

A preocupação com a oferta de níquel (devido aos baixos estoques da commodity) e a ameaça de greve dos funcionários da mineradora canadense Xstrata ¿ responsável por 4% do total produzido no mundo ¿ fizeram a cotação do metal atingir US$37.600 a tonelada, para fechar a US$37.500. Os estoques internacionais, que eram de 36 mil no início do ano, estão hoje em 3.700 toneladas. Desde o início de janeiro, o preço da matéria-prima já subiu mais de 170%.

Governo fecha captação de US$500 milhões

Com isso, as ações da Vale registraram a maior alta do Ibovespa: 5,05%. O pagamento de US$1,65 bilhão em dividendos pela companhia aumentou ainda mais a procura dos investidores pelo papel. O volume é 27% maior que o total pago no ano passado e 77% superior à remuneração média dos últimos cinco anos.

Como o níquel, o preço do petróleo também disparou no mercado internacional. O anúncio de que os Estados Unidos pretendem aumentar suas reservas emergenciais de petróleo fez a cotação do barril disparar mais de 4%, ultrapassando os US$55. O cru leve americano registrou a maior alta desde 20 de novembro do ano passado: 4,68%, cotado a US$55,04 o barril. Já o petróleo tipo Brent avançou 4,55%, para US$55,10.

O governo brasileiro aproveitou a queda do risco-Brasil para níveis recordes para fechar ontem a primeira captação externa do ano, de US$500 milhões, por meio do relançamento do bônus Global 2037 no mercado internacional. O papel, que foi vendido a 106,338% do valor de face, garantirá aos investidores uma remuneração de 6,635% ao ano. Os títulos foram emitidos pela primeira vez em janeiro do ano passado, com rendimento de 7,557% ao ano. (P.E.)