Título: PF vai controlar acesso a garimpo do Rio Juma
Autor: Otavio, Chico
Fonte: O Globo, 25/01/2007, O País, p. 13

Operação no Amazonas, que terá o apoio do Exército e Aeronáutica, começa no sábado para organizar a extração de ouro

A Polícia Federal vai controlar, a partir de sábado, o acesso ao garimpo de ouro de Eldorado do Juma, perto de Apuí (AM), a 450 quilômetros de Manaus. A operação, que vai mobilizar cerca de 40 policiais, terá apoio do Exército e da Aeronáutica. Quatro postos de controle serão erguidos em torno do local, para impedir a entrada de drogas, armas e foragidos da Justiça.

Descoberto no início de dezembro, o garimpo já atraiu centenas de pessoas - de 4 mil a 8 mil, segundo dados oficiais. Eles trabalham em condições precárias, extraindo o ouro de forma artesanal, com grande impacto para o meio ambiente, num local onde não há água limpa.

Dois postos serão instalados na Rodovia Transamazônica (BR 230), em Jacareacanga e Humaitá, um na estrada AM 174 e um na vicinal Perciliano da Fonseca - na beira do Rio Juma, entrada do garimpo). Este será o mais importante, pois vai funcionar com um portal. Vai fornecer informações de caráter educativo, além de impedir a entrada de armas e equipamentos.

Além dos postos de controle, a PF e a Aeronáutica farão incursões aéreas e terrestres no garimpo. A diretora de Desenvolvimento Sustentável na Mineração do Ministério das Minas e Energia, Maria José Salum, explicou que, tão logo seja concedida a licença de lavra aos garimpeiros, só permanecerão na área os trabalhadores que forem associados à recém-criada Cooperativa de Extrativismo Mineral Familiar do Rio Juma:

- A licença só será concedida se os garimpeiros se comprometerem com a recuperação ambiental da área.

O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), responsável pela licença, vai exigir que os garimpeiros trabalhem no preenchimento dos barrancos abertos no Juma, recompondo a cobertura vegetal. Eles terão de fazer, ainda, pequenas barragens para não assorear o Rio Juma e construir fossas sépticas.

A presença de centenas de garimpeiros na região, um trecho de mata nativa intacta até a descoberta do ouro, deixou um rastro de destruição. A extração derrubou árvores, abriu crateras e desviou curso de riachos em vários pontos.