Título: Bancos elogiam, jurista critica limitação do PAC
Autor: Duarte, Patricia e Rodrigues, Luciana
Fonte: O Globo, 25/01/2007, Economia, p. 25

SÃO PAULO e RIO. O presidente da Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), Márcio Cypriano, manifestou ontem o seu apoio ao PAC, anunciado na última segunda-feira pelo governo. Segundo ele, é importante para o país ter um projeto de incentivo ao crescimento econômico.

Depois de analisar os textos das Medidas Provisórias (MPs) e decretos, o jurista Carlos Roberto Siqueira Campos concluiu, no entanto, que a redução de carga tributária será pequena. Para o PAC levar a economia ao pleno emprego, opina, o governo não poderia ter deixado de fora setores como o de serviços e o comércio, que mais empregam.

- Setores fortemente empregadores, que também mereciam desoneração tributária e incentivos, ficaram de fora - criticou Siqueira Campos.

Cypriano reconheceu que há ajustes a serem feitos:

- Claro que poderíamos ter uma redução de carga tributária, mas o governo está atento a isso e vai fazer os ajustes necessários - disse o Cypriano, para quem o crédito deve continuar crescendo porque os juros estão caindo.

O presidente do banco ABN-Amro Real, Fábio Barbosa, que em abril deve suceder Cypriano na presidência da Febraban, também achou que o PAC foi "um passo na direção certa".

- É uma boa referência para os investidores privados - disse Barbosa, ressaltando que há ajustes a fazer, como equacionar o problema da Previdência, regulamentar as Parceiras Público-Privadas (PPP) e definir o papel das agências reguladoras.(Ronaldo D'Ercole e Mariza Louven)