Título: Mantega diz que programa não muda
Autor: Duarte, Patricia e Rodrigues, Luciana
Fonte: O Globo, 25/01/2007, Economia, p. 25

Ministro descarta alteração e sugere que governadores estão mal informados

BRASÍLIA. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou ontem a possibilidade de o governo alterar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para atender a demandas dos governadores que não estão contentes com as medidas, sobretudo na área fiscal. Mantega chegou a indicar que os governadores ainda estão mal informados, porque não tiveram tempo para avaliar todas as propostas anunciadas na segunda-feira pelo presidente Lula.

- Acredito que os governadores não tiveram tempo ainda de avaliar adequadamente qual é a repercussão (do PAC) - afirmou.

"Vai ter mais emprego, mais contribuição", diz Mantega

O ministro argumentou que o programa vai acelerar o crescimento e, assim, compensar qualquer perda tributária de estados e municípios. Ele disse que há poucas medidas novas de desoneração que afetam as três esferas públicas. Entre elas, acrescentou, está a adoção de alíquota zero de IPI na compra de perfil de aço, que resultará em renúncia de R$60 milhões.

- Vai ter mais emprego, vai ter mais contribuição. É para isso que eles (governadores) têm de olhar - disse.

O objetivo do PAC é fazer com que a economia cresça 5% anuais a curto prazo. Para este ano, Mantega fala em 4,5%, mas o Banco Central prevê 3,8%.

O ministro negou a possibilidade de redução da meta de superávit primário (economia do governo para pagar juros) para 3,5% para elevar o orçamento do Projeto-Piloto de Investimento (PPI). Segundo ele, o impacto do PPI no superávit será de até meio ponto percentual. Hoje, a meta é de 4,25% do PIB (conjunto das riquezas produzidas no país).