Título: Heróis e ativistas assistem a discurso
Autor: Jansen, Roberta
Fonte: O Globo, 25/01/2007, O Mundo, p. 36

De Michael J. Fox a jogador de basquete africano: Bush e Pelosi mantêm tradição e levam convidados

WASHINGTON. Ronald Reagan foi quem iniciou a tradição de levar heróis e representantes de causas nobres para assistir ao discurso do Estado da União. Desde então, presidentes enchem a galeria do plenário destinada à primeira-dama. No discurso de 2007, Bush levou heróis como Wesley Autrey - o nova-iorquino que se jogou nos trilhos do metrô para salvar um estudante que ali havia caído - e o sargento Tommy Rieman, condecorado por bravura no Iraque. No quesito causas nobres, convidou Craig Cuccia, um ativista da Nova Orleans pós-Katrina. Para mostrar que o "sonho americano" ainda é possível, chamou ainda o jogador de basquete Dikembe Mutombo que, natural da República Democrática do Congo, hoje é cidadão americano e realiza trabalhos humanitários em seu país de origem.

Pela primeira vez, havia também uma galeria para a presidente da Câmara. A democrata Nancy Pelosi fez escolhas políticas, chamando líderes sindicais e da comunidade hispânica, bem como o ator Michael J. Fox, que sofre de mal de Parkinson e pressiona para que o governo americano financie pesquisas com células-tronco. Ao contrário dos convidados de Bush, os de Pelosi não receberam homenagens durante o evento.

Outras presenças ilustres foram de pré-candidatos à Presidência em 2008, como a senadora democrata por Nova York, Hillary Clinton, que, aliás, havia convidado o filho de um bombeiro que trabalhou nos escombros do World Trade Center para assistir ao discurso. Mas o pai dele, Cesar Borja, morreu de infecção pulmonar na terça-feira, tendo ficado doente após ser exposto aos produtos tóxicos do prédio. Hillary defende mais verba para tratar doentes como Borja.