Título: Em almoço com Furlan, queixas dos executivos
Autor: Berlinck, Deborah e Beck, Martha
Fonte: O Globo, 27/01/2007, Economia, p. 30

DAVOS, Suíça. Excesso de regulação, burocracia, falta de infra-estrutura, corrupção, custo trabalhista, informalidade, baixo índice de poupança. A lista de queixas foi extensa nas conversas, ontem, durante um almoço sobre o Brasil, do qual participaram executivos, o presidente do BC, Henrique Meirelles, e o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.

A avaliação geral sobre o governo Lula é boa. As queixas dizem respeito aos detalhes. Stuart Graham, diretor-executivo do grupo sueco de construção Skanska, disse que há dinheiro para investimento, mas teme burocracia, falta de transparência e corrupção. Jorma Halonen, número dois da Volvo, arrancou gargalhadas quando contou sobre quando trabalhou no país, de 1996 a 2001:

¿ Corrupção, greve, crise, tudo junto. Fazíamos investimentos num dia e no dia seguinte vinha um acordo automotivo.

Halonen disse que hoje o Brasil está melhor, mas tem de garantir a continuidade das regras. Em resposta, Furlan citou as medidas do governo. Já as empresas que operam há muito tempo no país, como a Nestlé, só tinham elogios. (D.B. e M.B.)