Título: Governo faz ofesiva pelo pacote
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 29/01/2007, Economia, p. 15

Ministro discute hoje com estados e governadores têm reunião

BRASÍLIA. O governo buscará esta semana alianças em torno do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A meta é que o Congresso Nacional aprove o quanto antes as sete medidas provisórias e os cinco projetos de lei que serão examinados em fevereiro, quando o Legislativo reinicia os trabalhos. Hoje, secretários estaduais de todo o país se reunirão com o ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, para discutirem os milhares de projetos de habitação que serão executados via Projetos-Pilotos de Investimentos (PPIs), o que permitirá a liberação dos recursos a fundo perdido. Este ano, está disponível apenas R$1 bilhão para um total de pedidos de R$8 bilhões.

Fortes de Almeida avisou, porém, que não caberá interferência política nos debates, embora o governo conte com o apoio dos estados nessa empreitada. Isso porque as obras precisam seguir critérios técnicos rigorosos para serem aprovadas. Por exemplo, o foco do PAC nessas áreas são favelas e regiões metropolitanas onde o déficit habitacional e a falta de urbanização são significativos.

Já o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL), recebe hoje, para um almoço em sua residência, colegas de vários estados. A idéia é que se forme uma agenda mínima, já que os governadores são de partidos governistas e de oposição: Yeda Crusius (PSDB-RS), Luiz Henrique (PMDB-SC), Paulo Hartung (PMDB-ES), Aécio Neves (PSDB-MG), Marcelo Déda (PT-SE), Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), André Puccinelli (PMDB-MS) e Alcides Rodrigues (PP-GO) e Eduardo Braga (PMDB-AM).

¿ Queremos tornar o PAC mais palatável ¿ disse Arruda.

Tarso fará apelo pela aprovação do programa

Já o sergipano Marcelo Déda preferiria que o governo deixasse para discutir o PAC apenas no âmbito do Congresso. Em sua opinião, a reunião na casa de Arruda deve servir para um consenso em torno de temas maiores, como reforma tributária, endividamento dos estados e normatização do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Tudo isso tendo em vista o grande encontro que haverá, no próximo dia 6 de março, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os governadores de todas as unidades da federação.

¿ Não acho certo discutirmos o PAC nesta reunião ¿ disse Déda.

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, lembrou que, amanhã, fará um apelo pela aprovação do programa durante reunião do Conselho Político, onde estarão reunidos líderes da base governista no Congresso. Ele esclareceu que agirá seguindo orientação do presidente da República, que passará praticamente toda a semana em viagens pelo país, inaugurando obras previstas no PAC e buscando apoio popular ao pacote.

Tarso disse considerar normal que os governadores se articulem para defender seus interesses.

¿ É óbvio que para aprovarmos as medidas haverá negociação no Congresso ¿ disse o ministro.

COLABOROU Adriana Vasconcelos

PESQUISA: APÓS PAC, 40% DE EMPRESAS E ENTIDADES APOSTAM EM INVESTIMENTOS, na página 16