Título: Obras do pacote são demandas históricas, diz Lula
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 30/01/2007, Economia, p. 21

Em programa de rádio, presidente comemorou retomada de Doha e criticou países ricos

BRASÍLIA. As obras selecionadas para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não são invenções do governo, e sim um reflexo de ¿demandas históricas¿ da sociedade brasileira, defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele retomou ontem seu programa quinzenal de rádio, que estava suspenso desde julho do ano passado, devido à Lei Eleitoral. A Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), também foi destaque no programa. Lula cobrou dos líderes mundiais ¿cinco minutos de estadistas¿ para destravar as negociações e ajudar os países pobres.

¿ As obras que estamos colocando como prioridades são demandas históricas deste país ¿ disse Lula no ¿Café com o presidente¿.

Durante o programa de rádio, o presidente criticou os países ricos e se disse contente com a retomada da Rodada de Doha, que tenta liberalizar o comércio mundial. Segundo Lula, a OMC perderá a credibilidade se não houver um acordo:

¿ Não adianta os países ricos acharem que vão ajudar dando um pouquinho de dinheiro, não. É muito melhor a gente investir em projetos de desenvolvimento nos países mais pobres.

Lula afirmou que em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, disse ao primeiro-ministro inglês, Tony Blair, que é necessário aos líderes mundiais ter ¿cinco minutos¿ de estadistas para que se possa discutir o futuro dos países pobres. Ele adiantou ainda que pretende telefonar aos presidentes envolvidos com as negociações da Rodada de Doha para tentar ¿assumir responsabilidades¿.

¿ Eu estou convencido de que se nós não fizermos um acordo de comércio que permita aos países pobres ter acesso aos mercados agrícolas dos países ricos nós vamos viver mais um século vendo os países pobres continuarem mais pobres.

Ontem, em reunião de coordenação com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, Lula aproveitou para fazer um relato de sua participação no Fórum Econômico Mundial. (Chico de Gois)