Título: Sanguessugas: PF indicia mais 6 deputados
Autor: Peña, Bernardo de la
Fonte: O Globo, 31/01/2007, O País, p. 8

Até agora, 22 parlamentares vão responder por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro

BRASÍLIA. A Polícia Federal indiciou ontem e na segunda-feira mais seis deputados investigados por seu envolvimento no escândalo dos sanguessugas. Os deputados Lino Rossi (PP-MT), Enivaldo Ribeiro (PP-PB), Marcos Abramo (PP-SP), Ildeu Araujo (PP-SP), João Batista Ramos da Silva (PP-SP) e Gilberto Nascimento (PMDB-SP) foram indiciados por crimes como formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Eles estão sendo investigados nos inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal sobre o desvio de verbas do Orçamento da União para compra superfaturada de ambulâncias a partir de emendas de parlamentares. Os seis deputados foram indiciados depois de prestar depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília.

No total, a PF já indiciou 22 parlamentares envolvidos no escândalo investigado pela CPI dos Sanguessugas. Além deles, outros 62 parlamentares estão sendo investigados pela Polícia Federal em inquéritos no STF.

Investigação de quem não se reelegeu sairá do Supremo

Todos estes processos tramitam no Supremo, mas a maioria deles deve ser enviada à Justiça Federal de primeiro grau, porque grande parte dos parlamentares que se envolveram no escândalo não se reelegeu nas eleições do ano passado e deve ficar sem mandato a partir de hoje.

Além dos seis parlamentares indiciados ontem e anteontem, a PF já indiciou o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e os deputados Jonival Lucas (PTB-BA), Reginaldo Germano (PP-BA), Neuton Lima (PTB-SP), João Grandão (PT-MS), Cesar Bandeira (sem partido-MA), Almeida de Jesus (PL-CE), João Correia (PMDB-AC), Junior Betão (PL-AC), Edna Macedo (PTB-SP), Amauri Gasques (PL-SP), Tetê Bezerra (PMDB-MT), Vanderlei Assis (PP-SP), Paulo Feijó (PSDB-RJ), Nilton Capixaba (PTB-RO) e Celcita Pinheiro (PFL-MT).

Os parlamentares investigados são acusados de apresentar emendas ao Orçamento para a compra de ambulâncias. O dinheiro seria destinado para prefeituras que faziam licitações já acertadas para beneficiar a Planam, que conseguia a liberação do recurso junto ao Ministério da Saúde. Enquanto ainda investigava o caso, a CPI dos Sanguessugas pediu abertura de processo de cassação contra 72 parlamentares. As apurações das denúncias contra parlamentares acusados de cobrar propina para apresentar emendas ao Orçamento de interesse de empresários que vendiam ambulâncias e equipamentos hospitalares superfaturados começaram em maio do ano passado.