Título: Favorito na Assembléia é contra reajuste de salário
Autor: Ferreira, Arnaldo
Fonte: O Globo, 01/02/2007, O País, p. 8

Subsídios subiram de R$6 para R$9 mil

MACEIÓ. O deputado Antônio Albuquerque (PFL), favorito para se eleger hoje presidente da Assembléia Legislativa de Alagoas, disse ontem que, se for eleito, vai rever o reajuste de 50% que elevou de R$6 mil para R$9 mil os subsídios dos deputados alagoanos. Albuquerque disse também que vai rever o aumento de 14 para 39 no número de assessores comissionados de cada deputado e o reajuste para R$30,9 mil da verba de manutenção dos gabinetes.

Albuquerque teria o apoio do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), do governador Teotônio Vilela Filho e de 15 dos 26 deputados eleitos.

¿ Caso se confirme a minha eleição, a primeira coisa que farei é abrir a caixa- preta da Assembléia, tornar o poder transparente. A sociedade precisa saber como é aplicado o orçamento do poder ¿ disse ele.

Albuquerque, porém, já presidiu a Assembléia duas vezes e suas gestões foram consideradas conturbadas e sem transparência:

¿ Nas duas vezes em que fui presidente da Assembléia, sofri porque os compromissos que assumi me impediram de promover as transformações no poder. Mas agora é diferente ¿ alegou o deputado, sem querer atacar o atual presidente, deputado Celso Luiz (PMN).

Celso Luiz deixa da Assembléia com telefones cortados e com ameaças de cortes de água e luz. Mas com cada um dos 27 deputados ganhando R$9 mil de subsídios e gerando um custo de R$109 mil mensais. O estado tem um dos piores indicadores sociais do Brasil.

O atual presidente da Assembléia também entrou na Justiça com uma ação de bloqueio de R$9 milhões das contas do estado, para obrigar o Executivo a repassar o orçamento de janeiro, que deveria ter acontecido até o último dia 20. Teotônio disse que o dinheiro só sai após a posse da nova diretoria.

O relator da ação no Tribunal de Justiça, desembargador José Fernandes de Lima e Souza, votou pelo bloqueio das contas do estado. Mas o processo está suspenso até a próxima semana, porque o desembargador Orlando Manso pediu vista.