Título: Militares exercerão menos influência no controle do tráfego aéreo do país
Autor: Batista, Henrique Gomes
Fonte: O Globo, 01/02/2007, Economia, p. 30

Até o carnaval, governo deve decidir um novo formato para o setor

BRASÍLIA. O governo deve decidir até o carnaval o futuro do controle de tráfego aéreo no Brasil. O assunto está em fase de debate político no Palácio do Planalto, e a decisão para o novo formato do setor deverá ser tomada pelo presidente Lula e pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Uma coisa é certa: o segmento será bem menos militar e com mais condições de trabalho para os controladores.

Segundo fontes do Planalto, está praticamente descartada a desmilitarização total do setor, ou seja, a transferência do controle do tráfego aéreo para os civis. A principal base de discussão são as conclusões preliminares do grupo de trabalho interministerial criado no auge da crise, no ano passado. O grupo sugere, justamente, a desmilitarização e a criação de uma carreira de controlador de vôo. O documento foi assinado por todos os membros do grupo, inclusive a Aeronáutica, que fez apenas uma ressalva.

A Força Aérea perderá poder, mas tenta, a todo custo, manter o controle do serviço. Uma das principais tentativas dos militares é abrir mão dos controladores - que seriam transformados em civis, com aumento salarial -, mantendo, no entanto, a supervisão do serviço.

A divulgação de que o governo trabalha no novo formato do controle aéreo pode evitar problemas no carnaval, quando um grupo de controladores estuda a possibilidade de fazer uma espécie de "greve branca".

As agências de viagem e turismo não vão vender passagens da Gol hoje e amanhã. O boicote, da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), tem o objetivo de protestar contra a companhia, por ter reduzido a comissão dos agentes de viagens. (Colaborou Bruno Rosa)