Título: Novas provas desprestigiam cético ambientais
Autor:
Fonte: O Globo, 03/02/2007, O Mundo / Ciência e Vida, p. 37

Jornal inglês afirma que gigante petrolífera ofereceu dinheiro para cientistas minimizarem o relatório da ONU

Mariana Timóteo da Costa

Desde que o movimento ambientalista começou a chamar a atenção da opinião pública ¿ não importa se em 1962 com o livro ¿A Primavera Silenciosa¿, da bióloga americana Rachel Carson; em 1972 com a primeira conferência da ONU sobre o meio ambiente; ou durante a Rio-92 ¿ era comum ouvir frases como as ditas ontem pelo deputado indiano Sharad Joshi:

¿ Não acredito no aquecimento global, o aumento das temperaturas é um ciclo como outro qualquer. Trata-se apenas de um plano para criar medo e impedir que países em desenvolvimento se industralizem.

A Índia é um dos maiores emissores mundiais de CO2, mas frases como as ditas por Joshi são cada vez mais raras. Se há até bem pouco tempo os excessivamente preocupados com o meio ambiente eram chamados por muitos de ¿ecochatos¿, hoje são os ¿céticos¿ que estão do outro lado, em ¿número e prestígio cada vez menores¿, como lembra Karen Suassuna, do WWF.

¿ O amplo relatório da ONU consolida a idéia de que o homem influi, sim, na natureza e é o único capaz de fazer alguma coisa para salvá-la ¿ diz.

Além do banho de água fria ¿ ¿o relatório comprova a origem humana dos problemas associados às mudanças climáticas¿, disse John P. Holdren, presidente da Associação Americana para o Avanço da Ciência ¿ os ¿céticos¿ depararam-se ontem como uma notícia publicada pelo jornal inglês ¿The Guardian¿ de que o American Enterprise Institute (AEI), um think tank financiado pela gigante petrolífera ExxonMobil ¿ e com ¿ligações estreitas com o governo Bush¿ ¿ ofereceu US$10 mil para que cientistas e economistas publicassem artigos que duvidassem das constatações do relatório.

¿ A Casa Branca perdeu a batalha científica e ética ¿ acha Ben Stewart, do Greenpeace.