Título: Resistência ao fim da verba indenizatória
Autor: Braga, Isabel e Franco, Ilimar
Fonte: O Globo, 04/02/2007, O País, p. 4

Líderes admitem dificuldades para aprovar reformas

BRASÍLIA. Enquanto o prognóstico é sombrio, no que diz respeito às reformas política e tributária, outras questões podem avançar mais rapidamente, como os projetos de interesses específicos dos parlamentares. Favorável à votação imediata do reajuste de seus subsídios, com base na inflação dos últimos quatro anos, o novo líder do PTB, Jovair Arantes (GO), é contra o fim do pagamento da verba indenizatória de R$15 mil e do pagamento anual do 14º e 15º salários pagos a todos os parlamentares:

¿ Acabar com o 14º e 15º é quase uma redução salarial. Só se fosse para daqui a dois, quatro mandatos. Agora não passa.

O novo líder do PSB, Márcio França (SP), defende prioridade para a reforma política mas também sabe que a fidelidade partidária é a mudança possível. Ele garante que o PSB está aberto a discutir reformas como a tributária e trabalhista:

¿ Estamos dispostos a tudo. O povo brasileiro não tem o tempo que se acha que tem. As reformas precisam ser votadas neste primeiro ano, com base no pensamento médio brasileiro (e não apenas em consensos).

Líder da maior bancada de oposição, o tucano Antônio Pannunzio (SP) avalia que a reforma tributária continuará sendo importante, mas sua aprovação, porém, é complexa, porque haverá perda de receita de um lado ou de outro.

O líder tucano alerta que o Congresso deve voltar seus olhos também para outros temas, como um dos maiores problemas que afetam o mundo: o aquecimento global:

¿ São temas novos, que interessam à sociedade e que podem dar fôlego ao debate. O Congresso não pode ficar só a reboque de iniciativas e demandas do Executivo. (I.B. e I.F.)