Título: Próxima disputa é pelas comissões permanentes
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 05/02/2007, O País, p. 8

Partidos também concluem, esta semana, a escolha dos novos líderes de suas bancadas

Diana Fernandes

BRASÍLIA. Depois da escolha dos novos presidentes da Câmara e do Senado, semana passada, a disputa segue esta semana entre os deputados para a divisão do poder nas comissões permanentes da Casa. A mais disputada delas, a de Constituição e Justiça, deverá ficar mesmo com o PMDB. Os partidos também concluem esta semana a escolha dos novos líderes de suas bancadas.

Na Câmara, apenas o PT e o PFL ainda precisam formalizar os novos líderes. O gaúcho Onyx Lorenzoni, depois de uma disputa interna com o colega ACM Neto (BA), assumirá o papel de líder em substituição a Rodrigo Maia (RJ), que tem planos de ir ocupar a presidência do PFL no lugar de Jorge Bornhaunsen. Os pefelistas chegaram a um acordo: o deputado fica de vice-líder agora e assume a liderança daqui a um ano.

No PT a situação é mais complicada, com a eterna divisão entre os moderados e os esquerdistas. Dois deputados ¿ Luiz Sérgio (RJ) e Maurício Rands (PE) ¿ disputam a liderança hoje ocupada por Henrique Fontana (RS). Luiz Sérgio é o candidato do chamado Campo Majoritário ¿ que não é mais majoritário ¿, tendo como um dos apoiadores o ex-ministro José Dirceu.

Disputa pela liderança da bancada petista será dura

Já o pernambucano Maurício Rands, que já presidiu a CCJ, tenta ganhar o cargo com o discurso de que será o líder de toda bancada e não de grupos do PT. Ele tem o apoio das tendências de esquerda. O Movimento PT, tendência de centro, poderá lançar ainda um terceiro candidato ao posto de líder, o também pernambucano Fernando Ferro.

Sem acordo, a bancada do PT se reúne na quarta para escolher o substituto de Fontana. Além dos holofotes, a função de líder dá poder, status e cargos de confiança ao seu ocupante.

A divisão das presidências de comissões, que também começa esta semana, promete uma boa disputa dos partidos pelos melhores postos. Depois disso, o "blocão" de oito partidos que elegeu Arlindo Chinaglia (PT) será desfeito.