Título: Parlamentares questionam metodologia
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 08/02/2007, O País, p. 5

Chinaglia reage com surpresa e diz que, se verdadeiro, fato é grave

Carolina Brígido e Isabel Braga

BRASÍLIA. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), recebeu com surpresa o resultado da pesquisa sobre compra de votos. Ele ressaltou que, primeiro, é preciso ver como o estudo foi feito. Mas afirmou que, se for verdadeiro, o resultado da pesquisa é alarmante.

¿ Independentemente de percentual, é extremamente grave se de fato está acontecendo a compra de votos. Piora, se a constatação é verdadeira, acentua o alerta. É preciso ver o estudo e se cabem mudanças no âmbito do Legislativo, de propostas de lei para combater isso. Se tiver essa evidência e se for possível corrigir através de decisões do poder, vamos analisar e fazer ¿ afirmou.

O líder do PFL, Onix Lorenzoni (RS), também tratou a pesquisa com cautela.

¿ Primeiro temos que verificar a metodologia da pesquisa. É usual existir a divulgação de números que não têm referência científica. Mas, na hipótese de haver solidez científica, precisamos acionar o TSE para que tome providências para identificar os focos (onde houve a compra de voto) ¿ afirmou o líder do PFL.

O tucano José Aníbal (PSDB-SP) lembrou que a campanha contra compra de votos foi intensa em seu estado e disse que, antes de se tomar alguma iniciativa, é preciso analisar a metodologia da pesquisa da Transparência Brasil.

¿ Qual o critério? Eu achei que a modalidade de controle das campanhas (de 2006) reduziram essas tentativas. O TRE de São Paulo foi extremamente rigoroso, o que é muito positivo. É preciso conhecer melhor esse estudo para opinar. A lei não impede que se procure, converse com o eleitor. O que a lei tenta coibir é o abuso do poder econômico ¿ afirmou o deputado José Aníbal.