Título: Enem: Rio tem 6 escolas entre as 20 melhores
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 08/02/2007, O País, p. 10

As seis instituições mais bem colocadas são particulares; o melhor desempenho ficou com colégio do Piauí

Demétrio Weber

BRASÍLIA. Das 20 escolas com maiores notas no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2006, seis são do Rio de Janeiro, todas elas particulares. O Colégio Santo Agostinho, no Leblon, ficou em terceiro lugar no ranking nacional, com nota média de 72,36, na escala de 0 a 100 da prova objetiva e da redação. Em quarto ficou o Colégio São Bento e, em quinto, o Santo Agostinho da Barra.

O melhor desempenho do país foi obtido pelos estudantes do Instituto Dom Barreto, de Teresina, Piauí, com média 74,71. Em segundo lugar, vem o Vértice, de São Paulo, com 74,15.

No ranking que inclui apenas as escolas públicas, o Rio teve nove entre as 20 mais bem colocadas no Enem. O Colégio Naval de Angra dos Reis, melhor colocado no estado, ficou em quinto. O primeiro lugar, excluídas as escolas federais, ficou com o Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Aplicado em 2006, o Enem é um teste voluntário que conta pontos em vestibulares e seleciona bolsistas no programa Universidade para Todos (ProUni). Participaram 2,7 milhões de candidatos, dos quais 1,2 milhão freqüentavam o terceiro ano do ensino médio. Os demais já haviam concluído esse nível de ensino e, portanto, não fizeram parte do ranking.

Haddad sobre notas baixas: culpa é do ¿poder público¿

As demais escolas do Rio na lista geral das 20 melhores do país são: Escola Ipiranga (11º), em Petrópolis; Colégio Santo Inácio (13º), no Rio; e Colégio Anchieta (17º), em Friburgo.

A nota média nacional, no Enem 2006, foi 36,90, na prova objetiva, e 52,08, em redação, pior que em 2005, como O GLOBO antecipou ontem. Também foi registrada queda de desempenho no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb 2005), outra prova aplicada pelo MEC, na comparação com os resultados de 2003.

O ministro Fernando Haddad disse que a piora no Saeb reflete a expansão de matrículas na segunda metade da década de 1990, no governo Fernando Henrique, quando houve queda nos indicadores de qualidade. Haddad enfatizou, porém, que a culpa não é dos alunos, mas ¿do poder público¿, que foi incapaz de oferecer ensino de qualidade para um número maior de estudantes. A educação básica é responsabilidade dos governos estaduais e prefeituras.

¿ Estou colocando o ônus no poder público, que tem que se estruturar melhor para atender os estudantes de maneira adequada ¿ disse Haddad.

O Saeb 2005 teve as notas médias mais baixas desde 1995 entre alunos do 3º ano do ensino médio e da 8ª série, em português e matemática, quando o exame adotou metodologia que permite a comparação dos resultados de uma edição para outra. Houve melhora somente na 4ª série. Ainda assim, o rendimento dos estudantes de 4ª série, em português, permanece no nível crítico.

¿ É difícil que a queda de qualidade no anos 90 não fosse se refletir no ensino médio ¿ disse o ministro.

Haddad afirmou que a melhora das notas médias na 4ª série é promissora, retratando o esforço de estados e municípios nos últimos anos:

¿ O dado mais importante é a melhoria da 4ª série, que me parece consistente, desde 2001. Mantida a tendência, isso vai-se refletir na 8ª série e depois no 3º ano do ensino médio.