Título: Assessores continuam no segundo mandato
Autor: Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 21/02/2007, O País, p. 3

Gilberto Carvalho, que pediu para sair, fica no cargo, assim como o chefe da segurança

Luiza Damé

BRASÍLIA. Com dificuldades para acomodar os aliados no primeiro escalão, o presidente Lula já bateu o martelo em relação à permanência de seus Assessores mais próximos, os chamados palacianos. Dos fiéis seguidores de Lula no primeiro mandato, até agora apenas o chefe da Ajudância de Ordens, coronel Rui Mesquita, que foi para Washington, não continuará. O chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, que pediu para sair, continuará no cargo. Outro que tinha planos de sair, por força da carreira militar, o chefe da segurança de Lula, general Gonçalves Dias, também ficará no Planalto.

A permanência de Carvalho foi negociada com o próprio Lula: ele dividirá tarefas do cotidiano com o assessor especial César Alvarez, outro que acompanhará o presidente no segundo governo. No primeiro mandato, Carvalho sofreu forte desgaste político ao ser convocado pela CPI dos Bingos para explicar o esquema de arrecadação para o PT montado em Santo André.

Marco Aurélio Garcia também permanece como assessor especial

Ao pedir para deixar a chefia de gabinete, Carvalho disse que gostaria de cumprir outra missão no governo, de preferência na área social, pois considerava necessário o presidente mudar o gabinete pessoal. Mas Lula convenceu o companheiro de longa data de que o melhor, para os dois, é ele permanecer no Planalto.

Neste ano, Gilberto - que sempre ficava em Brasília durante as viagens do presidente - acompanhou Lula ao Ceará, a Pernambuco e ao Rio Grande do Norte. Normalmente, é Alvarez quem faz essas viagens. Cabe a ele cuidar de demandas paralelas à agenda oficial e levar dados, documentos, investimentos do governo federal e projetos relativos ao local visitado.

Sombra de Lula em todos os deslocamentos, o general Gonçalves Dias, ou simplesmente GDias, como é conhecido no Planalto, planejou deixar o comando da segurança do presidente no segundo mandato. Pretendia ir para a Academia Militar das Agulhas Negras, depois de ser promovido a general. Pelas regras da carreira militar, a patente de general é superior à chefia da segurança. Foi necessário criar um cargo de assessor militar para que ele permanecesse no cargo.

Os petistas Marco Aurélio Garcia e Clara Ant também permanecerão no Planalto. Assessor especial para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio cuida de temas relacionados principalmente à América Latina. E Clara comanda uma equipe que documenta as reuniões com o presidente.