Título: PSB quer manter Integração Nacional, que iria para o PMDB, em sua cota
Autor: Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 22/02/2007, O País, p. 4

Partido vai pressionar Lula para continuar com dois ministérios após a reforma

Gerson Camarotti

BRASÍLIA. Além das pressões do PT e do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que administrar a partir de hoje uma nova demanda na reforma ministerial: o PSB vai reivindicar a manutenção dos ministérios da Integração Nacional e da Ciência e Tecnologia na cota do partido. Será um novo problema, já que estão avançadas as negociações com o PMDB para que o deputado peemedebista Geddel Vieira Lima (BA) seja o novo ministro da Integração Nacional.

Preocupados com o avanço do PMDB, os socialistas optaram por uma ação preventiva. Na conversa que a cúpula do partido terá hoje com Lula, será posto de forma clara o desejo de ficar com o mesmo espaço no segundo mandato - dois ministérios. Vão alegar que a legenda cresceu nas eleições: tem uma bancada de 29 deputados, além de três governadores nordestinos. O PCdoB também tem encontro com Lula e deve acertar a manutenção do Ministério dos Esportes.

- O PSB quer ouvir o presidente Lula. O partido tem crédito com o governo. Foi leal nas horas de dificuldade e sabe que ganhou densidade política depois dessa eleição - disse, polido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

PSB vai exigir compensação se perder mesmo a pasta

Na avaliação de dirigentes do PSB, caso seja fundamental a substituição do ministro da Integração Nacional, Lula ficaria comprometido a compensar a legenda com outra pasta do mesmo tamanho.

- A Integração Nacional é um ministério importante para o Nordeste, onde temos três governadores. Vamos dizer ao presidente que queremos manter o atual espaço no governo e, se possível, crescer - disse o presidente em exercício do PSB, o ex-ministro Roberto Amaral.

No Planalto, a avaliação era de que o PSB não causaria problemas, depois que o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) manifestou o desejo de não voltar à pasta. Lula o convidou mais de uma vez nas últimas semanas, porque o queria de volta à equipe, até para neutralizar a antecipação da sucessão presidencial. Com a negativa de Ciro, Lula se sentiu livre para repassar ao PMDB a pasta, hoje ocupada por Pedro Brito.

- O PSB não vai fazer um cavalo de batalha, se tivermos condições de discutir outra pasta com o mesmo peso político - disse o líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES).