Título: Ex-senadora colombiana seqüestrada poderia estar em Brasil ou Venezuela
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Fonte: O Globo, 23/02/2007, O Mundo, p. 26

Informação sobre Ingrid é divulgada na véspera do 5º aniversário de sua captura

BOGOTÁ. Ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) disseram ao governo colombiano que a Ex-senadora Ingrid Betancourt, que hoje completa cinco anos em poder da guerrilha, estaria no Brasil ou na Venezuela. O governo, no entanto, não sabe se a informação é correta.

- Segundo versões ouvidas de vários desmobilizados, ela esteve numa região perto da fronteira e poderia ter sido levada ao Brasil ou à Venezuela, mas não há nada de concreto - contou o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos. - Eles sequer estiveram nos mesmos acampamentos que ela.

Na quarta-feira o jornal francês "Le Figaro" publicou uma entrevista em que o presidente Alvaro Uribe disse que Ingrid - que também tem nacionalidade francesa - poderia ter sido levada para "fora da Colômbia".

Ingrid Betancourt, de 45 anos, foi seqüestrada em 23 de fevereiro de 2002 pelas Farc, durante uma viagem ao interior do país em sua campanha para a Presidência. Como ela, calcula-se que 3.170 colombianos sejam reféns dos grupos guerrilheiros e de criminosos comuns.

- Ingricita, você tem que saber que estamos lutando para conseguir tua liberdade - disse ontem a mãe, Yolanda Pulecio.

Chirac envia carta a mãe de Ex-senadora

Numa carta a Yolanda, o presidente da França, Jacques Chirac, disse que não se esquece de Ingrid e que seu país tem feito o possível para libertá-la. Seu governo foi duramente criticado esta semana pela filha de Ingrid, Mélanie, para quem a França não tem pressionado o governo colombiano o suficiente para que aceite uma troca de reféns. Mélanie se encontrou ontem, em Paris, com a candidata socialista à Presidência, Ségolène Royal, que prometeu ajudá-la.

- É impensável que se passem outros cinco anos sem que ela volte - disse Ségolène.

Ontem, Uribe descartou a negociação com as Farc envolvendo a troca de 57 reféns, entre eles Ingrid, e anunciou que endurecerá a ofensiva contra a guerrilha, em resposta à recusa rebelde em negociar com o que considera um "governo ilegítimo e paramilitar". As Farc só aceitam negociar se forem desmilitarizados dois povoados.

- É algo que não aceitamos. Nossa decisão é reforçar a luta - disse Uribe.