Título: Compulsório não deve ser reduzido
Autor: Duarte, Patricia e Beck, Martha
Fonte: O Globo, 28/02/2007, Economia, p. 21
BRASÍLIA. A redução do compulsório - mecanismo pelo qual o Banco Central (BC) retém parte do dinheiro que circula pelos bancos, para diminuir a liquidez no mercado - não ocorrerá tão cedo. O presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou ontem que a tendência é não modificar as atuais alíquotas, apesar de reconhecer que elas são pesadas. Assim como os juros, o compulsório evita que o excesso de recursos em circulação gere inflação ou permita especulação. - Não há dúvida que eles (juros e compulsórios), com meta de inflação, migrarão para patamares de países desenvolvidos a longo prazo - disse Meirelles.
Mas há quem defenda a redução imediata. Para o ex-diretor do BC Carlos Tadeu de Freitas, já que o BC diminuiu o ritmo de corte da Selic, ele deveria reduzir gradativamente os compulsórios, sobretudo os que incidem sobre depósitos à vista, já que 45% deles ficam retidos no BC:
- Os compulsórios podem reduzir os spreads bancários e, assim, diminuir os juros para os consumidores.
Mas o ex-presidente do BC Gustavo Loyola lembra que a liberação dos recursos presos nos compulsórios poderia levar os bancos a comprarem mais títulos do governo, aumentando o endividamento público. (P.D.)