Título: Brasil planeja sediar cúpula sobre emissão
Autor: Jansen, Roberta
Fonte: O Globo, 06/03/2007, Ciência, p. 26

Diretor do Pnuma diz que países ricos têm que seguir meta compulsória de redução

BRASÍLIA. Em visita ao Brasil, o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, defendeu ontem tratamento diferenciado para países desenvolvidos e em desenvolvimento na fixação de metas de redução de emissão de gases para combater o aquecimento global. Para Steiner, as nações ricas devem seguir metas compulsórias, uma vez que foram responsáveis pela maior parte dos gases emitidos desde a Revolução Industrial. Já países em desenvolvimento, como o Brasil, devem ter a prerrogativa de fixar os próprios objetivos de redução, ou seja, metas voluntárias.

O diretor-executivo do Pnuma se encontrou à tarde com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes, pela manhã, esteve com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A ministra disse que o governo pretende reunir num pacote antiaquecimento global ações contra o desmatamento e em prol da redução da emissão de gases. O governo está disposto a sediar um encontro internacional com ministros de meio ambiente de 12 a 15 países para discutir estratégias globais de combate ao aquecimento do planeta. A preocupação é organizar uma estratégia, dividindo responsabilidades entre os países.

Steiner elogiou a redução do ritmo de desmatamento da Amazônia nos últimos anos, enfatizando que o Brasil logrou esse êxito sem estar submetido a metas mundiais. O diretor do Pnuma afirmou que o maior risco no combate ao aquecimento global é que a falta de ação de um país leve os demais a deixar de agir. Ele disse quer seria um erro que China e Brasil, por exemplo, adotassem políticas ambientais mais tímidas porque os Estados Unidos assim o fazem.