Título: Empresários longe do dólar a R$3
Autor: Beck, Martha e Duarte, Patricia
Fonte: O Globo, 09/03/2007, Economia, p. 23

BRASÍLIA. Depois de três anos atormentada pelo câmbio valorizado, parte do setor produtivo que mais sofreu com o dólar enfraquecido jogou a toalha e, em vez de esperar por uma depreciação que leve a taxa ao patamar de R$3, já adota estratégias de expansão da produção e aumento da competitividade. Isso porque o cenário é cristalino: o forte desempenho da balança comercial e a entrada de investimentos ficarão praticamente inalterados, mantendo a moeda americana muito próxima de sua cotação atual, na casa de R$2,10.

- Os empresários estão mais preparados para um câmbio longe do patamar de R$3 que tanto queriam - avalia Marcelo Azevedo, economista da CNI.

É o caso do setor calçadista, que sofre forte concorrência sobretudo dos fabricantes chineses. A idéia agora é fazer com que os produtos exportados tenham mais valor agregado (mais sofisticados e caros) e focar em mercados que compram pouco desses produtos brasileiros, como a Europa e a América Latina.

- Que opção nós temos? Temos de buscar novos mercados - diz o presidente da Abicalçados, Élcio Jacometti, lembrando que, apesar de o volume de exportações ter recuado em 2006 cerca de 4%, o faturamento se manteve em R$1,8 bilhão. (Patrícia Duarte)