Título: Petistas fazem reivindicações nos estados
Autor: Franco, Ilimar
Fonte: O Globo, 11/03/2007, O País, p. 10

Diretório gaúcho pede mais vagas em órgãos federais

BRASÍLIA. Os petistas se preparam para tentar manter os cargos conquistados no primeiro mandato e resistir à disposição do presidente Lula de ampliar o espaço dos aliados. Cada estado enviou um relatório de reivindicações à direção nacional do PT. O documento elaborado pelo diretório do Rio Grande do Sul, "Relatório da comissão de transição RS", obtido pelo GLOBO, é revelador da disposição dos petistas.

O documento, de 26 páginas, enumera as reivindicações enviadas ao presidente Ricardo Berzoini. Na segunda página, que trata do Grupo Hospitalar Conceição, os petistas afirmam: "A principal sugestão da atual direção é a permanência da gestão sob orientação do PT até a conclusão dos desafios acima expostos (por mais dois anos)".

O superintendente do grupo é o petista João Motta, da tendência Unidade na Luta; o diretor financeiro, Gilberto Barichello, é da tendência Democracia Socialista; e o diretor técnico é do quadro da instituição, Rogério Amoretti. Os demais cargos de confiança foram distribuídos pelas múltiplas tendências existentes no PT gaúcho: 11 para Unidade na Luta (sendo cinco do quadro), seis para a Democracia Socialista (uma do quadro), três do PT Amplo (um do quadro), um da Articulação de Esquerda, um da Esquerda Democrática e um do PCdoB.

Documento traz quadro da distribuição de cargos

Os petistas gaúchos reivindicam ainda o comando da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), que conclui obras que vão ampliar sua capacidade de refino em 10.000 metros cúbicos/dia. O texto do diretório gaúcho, elaborado em 31 de outubro de 2006, dois dias após a reeleição de Lula, diz na página 19: "O PT/RS reivindica ampliação de sua participação na gestão das empresas do Grupo Petrobras no Rio Grande do Sul, mantendo o espaço já ocupado. Em especial deseja a indicação da presidência da Alberto Pasqualini Refap. Ao mesmo tempo reivindica debater a participação nas diretorias e gestão das empresas Innova e Petroquímica Triunfo".

Quando este documento foi elaborado, ainda não havia sido escolhido o indicado para presidir a Refap: o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, que perdeu a eleição para o Senado.

O documento apresenta um quadro da distribuição de cargos de confiança pelas tendências petistas no estado. O partido tem 215 cargos em 15 órgãos federais distribuídos assim: Democracia Socialista, 113; Articulação de Esquerda, 33; Unidade na Luta, 20; PT Amplo, 13; Movimento PT, 12; Ação Democrática, 11; Esquerda Democrática, 9; e União Popular Socialista, 7. (Ilimar Franco)

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