Título: Continuidade do programa está ameaçada
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 11/03/2007, Economia, p. 34
Empresas reclamam de custos que elevam tarifas em 12%
O programa de eletrificação rural tem algumas questões nebulosas, segundo as distribuidoras, que executam o programa. As companhias advertem que, além de faltar definição mais clara sobre quem deve arcar com seus custos elevados - cerca de R$3 mil por ligação -, existem dúvidas sobre a continuidade do programa após o atendimento dos dez milhões de pessoas até 2008.
O diretor-técnico da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Fernando Maia, destacou que os custos tendem a ficar cada vez maiores. Além disso, as distribuidoras estão arcando sozinhas com os custos de manutenção da rede, sem poder repassar para as tarifas. No atual programa, o governo federal entra com cerca de 71,5% dos recursos, as distribuidoras, com 14,7% e os governos estaduais, com 13,7%.
Algumas distribuidoras, como a Companhia Força e Luz Cataguazes Leopoldina, que atende a 66 municípios da Zona da Mata mineira, já cumpriram sua meta, e estão preocupadas com a continuidade. O presidente da companhia, José Antonio da Silva Marques, o Zé Tunim, disse que, se não forem mantidas as condições da primeira etapa, não poderá atender aos novos 18 mil pedidos.
- Os custos agora serão de R$6.200 por ligação, o que representaria um aumento nas tarifas de energia de 12% - disse Zé Tunim.
O diretor do Ministério de Minas e Energia José Ribamar Santana garantiu que o governo federal tem todo o interesse em continuar o programa e avaliará cada caso. (Ramona Ordoñez)