Título: Defensor do presidente e do PT
Autor: Damé, Luiza e Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 13/03/2007, O País, p. 5

Advogado ganhou notoriedade e a confiança de Lula

BRASÍLIA. Especialista em direito eleitoral, o paulista José Antônio Dias Toffoli fez defesas veementes e constantes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde ficou conhecido como o principal advogado do petista durante as campanhas de 1998, 2002 e 2006. Foi dessa forma que o advogado conquistou a confiança do presidente. O nome de Toffoli já havia sido aventado para ocupar a Advocacia Geral da União (AGU), mas a pouca idade sempre havia feito Lula pensar duas vezes antes da indicação. Aos 39 anos, o tabu foi vencido.

Embora nunca tenha sido filiado ao PT, Toffoli sempre esteve ligado ao partido. Foi assessor parlamentar da liderança petista na Câmara dos Deputados de 1995 a 2000, período em que também trabalhou diretamente com o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), hoje presidente da Casa. De janeiro de 2003 a junho de 2005, Toffoli foi subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, subordinado diretamente ao então ministro José Dirceu.

Como tem trânsito fácil com ministros de tribunais superiores e extensa atuação no setor, Toffoli acabava disputando espaço, na prática do dia-a-dia, com o advogado-geral da União, Álvaro Ribeiro da Costa. Nos bastidores, Toffoli e Costa às vezes tinham posições opostas sobre como alguns assuntos jurídicos do governo deveriam ser encaminhados. As diferenças nunca chegaram a provocar uma crise entre os dois, mas houve desconfortos em alguns momentos.

Em 2005, depois da crise do mensalão e do envolvimento direto do nome de Dirceu nos escândalos que culminaram na demissão do ministro - e, posteriormente, na cassação do seu mandato -, Toffoli optou por deixar o governo e reassumir a função de advogado. Toffoli permaneceu afastado, pelo menos publicamente, das questões do PT e do governo federal até as eleições presidenciais de 2006, quando voltou a ser o advogado do partido e do presidente Lula perante a Justiça Eleitoral.