Título: Elogios, mas com ressalva de que leva tempo
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 16/03/2007, O País, p. 4

Apoio para vinculação a metas.

BRASÍLIA. O pacote educacional recebeu elogios ontem de educadores, estudantes, gestores e empresários que compareceram ao Palácio do Planalto. Eles apoiaram a idéia de vincular recursos à fixação de metas e à cobrança de resultados. Acreditam, porém, que será preciso percorrer um longo caminho para tornar o plano realidade.

A presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, elogiou a ênfase nas metas e na melhoria da gestão. Para ela, o modelo deveria orientar também a redistribuição de recursos do Fundeb, que movimentará R$43 bilhões este ano, com base no número de matrículas e não na eficiência e qualidade escolar.

- Fiquei encantada. A proposta é focada no aluno. O problema não é de recursos, é de gestão - disse Viviane.

O representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny, elogiou que o plano ataque todos os níveis de ensino, com uma visão sistêmica. Ele, porém, não espera resultados de curto prazo:

- O desafio foi lançado ao país inteiro e precisa agora ser implementado. Não vai ser fácil. Educação não é questão de meses nem de anunciar políticas, mas de trabalhar no dia-a-dia.

O presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Thiago Franco Oliveira, cobrou urgência para tornar as salas de aula mais atraentes aos jovens:

- A juventude não gosta de ir para a sala de aula. A escola é um espaço desagradável para a juventude.

O economista Ricardo Paes de Barros considerou tímida a participação do setor privado nas ações educacionais. Segundo ele, o Sistema Único de Saúde (SUS) aproveita melhor o setor privado.