Título: Para Copom, Brasil se mantém sólido
Autor: Eloy, Patricia
Fonte: O Globo, 16/03/2007, Economia, p. 25

BRASÍLIA. O Banco Central avaliou na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorreu em meio à turbulência provocada pela China e pelos EUA nos centros financeiros internacionais, que o cenário externo continua favorável e que o Brasil está muito mais sólido hoje para enfrentar eventual acirramento da instabilidade, "potencialmente transitória". A avaliação do BC sugere que as turbulências não pesaram na decisão de cortar em só 0,25 ponto percentual, na semana passada, a taxa básica de juros Selic. Ela passou a 12,75% ao ano.

Mais uma vez, o BC atribuiu o movimento ao fato de a economia estar cada vez mais aquecida sem que a redução de sete pontos percentuais operada desde setembro de 2005 tenha tido pleno efeito sobre o nível de atividade. A diminuição dos juros, que manteve o ritmo inaugurado na reunião de janeiro, foi considerada conservadora na avaliação de políticos, sindicalistas, setor produtivo e especialistas.

No entanto, a ata da reunião - a primeira após a saída de Afonso Bevilaqua, considerado o diretor mais afinado com a condução parcimoniosa da política de juros - indicou a manutenção do gradualismo e não representou mudança de tom em relação às anteriores.

No cenário atual, o BC reconhece que a trajetória da inflação é consistente com o cumprimento da meta anual de 4,5% (admitindo que a variação dos preços continua aquém deste percentual). Diz ainda que o comportamento dos investimentos sugere que não haverá risco de pressão inflacionária por incapacidade de oferta de produtos.

O BC, aliás, vê retomada forte do crescimento, destacando que a economia cresce há 13 trimestres consecutivos. (Flávia Barbosa)