Título: Tarso: combate à violência no Rio será prioridade
Autor: Gripp, Alan e Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 17/03/2007, O País, p. 13

Petista toma posse na Justiça e defende que Força Nacional de Segurança seja tropa permanente.

Ao falar da onda de assassinatos de policiais, novo ministro diz querer trabalhar em parceria com Sérgio Cabral.

BRASÍLIA. O novo ministro da Justiça, Tarso Genro, assumiu ontem o cargo prometendo que o combate à violência no Rio de Janeiro será uma das prioridades de sua gestão. Ao comentar a onda de assassinatos de PMs na cidade, ele disse que se encontrará com o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) para estabelecer um cronograma de ações em conjunto:

- No momento em que o crime organizado ousa se articular para atacar policiais, isso é um sintoma grave e merece uma atenção especial dos governos federal, estadual e municipal. Eu tenho diálogo direto e permanente com o governador Sérgio Cabral. Vou tratar dessa questão no momento em que ele quiser.

Tarso anunciou que vai propor a governadores e prefeitos de grandes cidades a integração das políticas de segurança pública com as ações sociais do governo federal. Segundo ele, é preciso investir nessa atuação conjunta para oferecer uma alternativa aos jovens que são cooptados pelo crime organizado.

Ele defendeu ainda que a Força Nacional de Segurança seja permanente. Atualmente, ela é composta por policiais militares dos estados, que são convocados para missões especiais.

- Sei que o presidente, em princípio, simpatiza com a idéia. Isso está na nossa agenda.

Tarso disse que pretende ampliar os quadros da Polícia Federal e elogiou a atuação da instituição nos últimos anos.

- Isso (a ampliação) é uma necessidade evidente. Não há proposta concreta, mas é um desejo ampliar os quadros da PF, abrir concurso. Num ritmo negociado, de maneira respeitosa, qualificada.

Na posse, Tarso deixou claro que pretende recuperar a força política do ministério. Ele vai manter contato freqüente com os partidos e defendeu aprovação de uma reforma política.

- O Ministério da Justiça vai ajudar a impulsionar essa discussão (da reforma), sem fazer qualquer tipo de proposta.