Título: BNDES exige zelo ambiental para emprestar
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 18/03/2007, O País, p. 11
Como o setor é de ponta, responsabilidade é maior ainda".
RIO E COSMÓPOLIS (SP). Os número do BNDES refletem o crescimento do setor: o valor em financiamentos feitos pelo banco dobrou no ano passado em relação a 2005 (de R$1,1 bilhão para R$2 bilhões). E, no que depender do financiador, só recebem sinal verde para a injeção de recursos as usinas comprometidas com cuidados ambientais e sociais. É essa a demanda dos investidores internacionais do etanol, diz o chefe do Departamento de Meio Ambiente do banco, Eduardo Bandeira de Mello.
- A preocupação internacional é em substituir fontes fósseis e reduzir emissões. Eles estão querendo resolver um problema. Criar outro não vale a pena. - afirma ele.
Os critérios de respeito ao meio ambiente, cruciais para a concessão dos empréstimos, são comuns a todos os setores, explica Bandeira de Mello:
- Mas como o setor sucro-alcooleiro é de ponta, nossa responsabilidade é maior ainda.
Entre as exigências estão as licenças ambientais e a manutenção das áreas de reserva próximas às usinas.
Atualmente há 64 carteiras de investimento no setor em análise pelo banco. Elas devem geram R$12,2 bilhões em investimentos e R$7,7 milhões em financiamentos. No Brasil, com ou sem recursos do BNDES, estão sendo construídas cem novas usinas.
Eduardo Bandeira de Mello afirma, ainda, que a degradação ambiental causada pela colheita da cana tende a diminuir com a mecanização.
O presidente da Federação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, Eneas Salati, concorda. Mas ressalta que isso causará demissões em massa para os trabalhadores do setor, hoje submetidos ao método de pagamento por tonelada de cana cortada. (M.M. e S.A.)