Título: BID carimba dinheiro para os biocombustíveis
Autor: Passos, José Meirelles
Fonte: O Globo, 18/03/2007, Economia, p. 31

Banco vai criar fundo de infra-estrutura para financiar setor e estimular projetos de etanol e mamona para biodiesel

CIDADE DA GUATEMALA. As cifras ainda não foram definidas. Sua composição está dependendo de um programa que será traçado conjuntamente por Brasil e Estados Unidos. Um fato, no entanto, é certo: o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai reservar uma parte de seu capital para financiar, exclusivamente, projetos que tenham a ver com o etanol e os biocombustíveis em geral.

- Nós vamos, inclusive, criar no banco o que chamo hoje de "Fundo Infra-estrutura", dedicado unicamente a esse setor. Sem contar que planejamos, também, dispor de fundos não reembolsáveis para incentivar ainda mais os projetos na área dos biocombustíveis - contou o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, em entrevista ao GLOBO, na noite de sexta-feira.

Ele revelou, ainda, que o banco deverá aumentar suas linhas de crédito normais visando a aplicar esse capital adicional em projetos de produção de etanol por parte do setor privado. Parte dele será aplicada no avanço de pesquisas que o Brasil tem feito nas áreas de etanol e celulose e no uso da mamona para produção de biocombustíveis.

- Esse componente tecnológico é claro em nossa programação. E, para atender aos volumes que Brasil e EUA pretendem colocar no mercado, inclusive por meio da produção de outros países, vamos cuidar com atenção da infra-estrutura. Guatemala, Honduras, El Salvador e St. Kitts já estão dentro desse esquema. A idéia é melhorar portos, para que possam armazenar etanol e outros combustíveis do gênero; além de financiar a construção de tubulações para seu transporte e distribuição - disse Moreno.

Dias atrás ele esteve em Londres, conversando com representantes de outros bancos multilaterais, sobre sua participação numa campanha de ampliação de mercados para o etanol:

- Falamos, inclusive, sobre seu uso, e, quem sabe, produção na África, onde o Brasil já tomou algumas iniciativas.