Título: Aécio critica 'critérios preocupantes' na reforma
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 20/03/2007, O País, p. 8

Governador não descarta a possibilidade de disputar a Presidência da República em 2010.

SÃO PAULO. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), criticou ontem, em São Paulo, a forma de condução da reforma ministerial pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Não é por esse caminho que se escolhe auxiliares. É preciso que o presidente fique atento para não retrocedermos mais, voltando ao tempo em que os apoios políticos se davam em torno de cargos, de oportunidades de empregos - criticou Aécio, durante almoço com cerca de 300 empresários paulistas do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

O governador tucano defendeu o critério da competência administrativa:

- Infelizmente, estamos retornando a critérios dos tempos da montagem do primeiro governo. São critérios preocupantes de montagem de governo. Regredimos em relação a 2003.

Quando um empresário pediu que desse um conselho a Lula, disse que não tinha "essa pretensão". Mesmo assim, comentou a reforma:

- Que ele governe para os brasileiros e não para os partidos que vão lhe dar uma eventual sustentação.

"Vou estar atento, vou estar participando desse jogo"

O governador mineiro ainda criticou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele, faltou generosidade ao governo, que deveria ter feito um processo compartilhado com os governos estaduais.

- É preciso que o governo federal, do ponto de vista dos recursos, seja um pouco mais solidário com os estados.

Aécio negou ser candidato e estar pensando em 2010 , mas não afastou a possibilidade.

- Vou estar atento, vou estar participando desse jogo político. Se um dia, não sei quando, as circunstâncias políticas construírem um consenso em torno do meu nome, certamente tenho que estar preparado - afirmou, embora tenha negado que possa abandonar o PSDB para viabilizar uma possível candidatura. - Sinto-me absolutamente à vontade no grupo político do PSDB. Não penso em mudar de partido para me candidatar a determinado cargo.