Título: Empresários aprovam nova metodologia
Autor: Almeida, Cássia e Melo, Liana
Fonte: O Globo, 22/03/2007, Economia, p. 27

Taxas revisadas dividem opiniões

SÃO PAULO. A mudança no método de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) foi bem recebida pelos setores empresariais. Mas as taxas revisadas de expansão nos últimos anos dividiram as opiniões. Para o diretor do Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, os números revisados divulgados ontem pelo IBGE mostram que o PIB do país vinha sendo "subavaliado". Mas o fato de o país ter crescido mais do que mostravam as medições anteriores não altera de maneira significativa a realidade do país.

- Até então, tínhamos apenas um pé de meia, e furado. Agora, (os novos números mostram que) temos os dois pés, ambos furados - comparou Francini, ao avaliar o significado do acréscimo de cerca de 10%, na ponta, nas taxas revisadas de expansão do PIB entre 2000 até 2005.

Já o diretor econômico do Centro das Indústrias do Estados de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof, vê dois benefícios imediatos nos dados divulgado ontem pelo IBGE. O crescimento maior do PIB entre 2000 e 2005 deve melhorar a relação entre dívida e PIB, o que pode ajudar o risco-país a cair um pouco mais:

- Sinaliza para investidores estrangeiros maior dinamismo da economia, o que é determinante para que estes decidam favoravelmente pela alocação dos seus investimentos produtivos no Brasil.

Na nova metodologia do IBGE, a construção civil perde peso no PIB brasileiro. O que contradiz o incentivo que vem sendo dado ao setor a partir de medidas de ampliação do crédito. Apesar da participação menor no PIB, o setor deve encerrar 2007 com crescimento de 7%, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rio (Sinduscon-Rio).

(Ronaldo D"Ercole e Fabiana Ribeiro)