Título: Consumo familiar ganha mais peso
Autor: Almeida, Cássia e Melo, Liana
Fonte: O Globo, 22/03/2007, Economia, p. 27

Na revisão do cálculo, participação do setor subiu de 55,5% para 60,4%.

O consumo das famílias brasileiras, que tem sido um dos principais impulsos ao crescimento nos últimos dois anos, ganhou espaço no PIB (produção de bens e serviços). Na revisão do cálculo, esse setor institucional passou a representar 60,4%, contra 55,5% da medição anterior. Segundo Armando Castelar, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a participação maior vai ao encontro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que vem mostrando esse consumo maior. Com a revisão, essa parcela do PIB teve expansão de 7,1%:

- É mais coerente com as estatísticas de outros países, onde as famílias pesam mais na economia.

A família do microempresário Luiz Ferreira da Silva, mesmo reclamando da burocracia para se contrair financiamentos, ilustra bem essas novas estatísticas. Aliás, o crédito em alta tem ajudado na expansão do consumo das famílias nos últimos anos.

- Com os resultados positivos de emprego e renda, acabei comprando um televisor novo, troquei o sofá e adquiri uma nova máquina de lavar - disse Silva, casado com Luciana Ponbel e pai de Luana, de nove anos.

Terceiro setor começa a ser medido no PIB

O Terceiro Setor, representado pelas instituições sem fins lucrativos a serviço das famílias, começa a ter vida própria na contabilidade nacional. Antes, estava incluído no consumo das famílias. O peso ainda é pequeno, apenas de 1,3% da economia em 2004 (último dado disponível) mas o crescimento é expressivo. Em 2004, a expansão foi de 4,4%. Em 2002, a variação foi de 7,2%.

Segundo Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais do IBGE, a discussão sobre o papel dessas instituições na economia vem crescendo:

- Podemos medir agora, por termos acesso aos dados do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas. Os números são irrelevantes, mas devem crescer.