Título: Peso dos serviços aumentou de 54% para 64%
Autor: Almeida, Cássia e Melo, Liana
Fonte: O Globo, 22/03/2007, Economia, p. 27

Os investimentos nesta área, que eram de R$934,8 bilhões, subiram para R$1,1 trilhão com a mudança.

Legenda da foto: WANDA PEREZ gasta até R$460 com telefone em alguns meses.

Os gastos com telefone andam pressionando os custos mensais da aposentada Wanda Perez. Além do celular, ela tem dois telefones fixos. Seu gasto mensal é de R$200, mas como parte dos seus parentes mora fora do Rio de Janeiro, essa despesa pode chegar a R$460 em alguns meses. Essas despesas representam 30% do orçamento. Os cálculos de Wanda corroboram as novas estatísticos do IBGE. Ao divulgar os novos cálculos do Produto Interno Bruto (PIB) constatou-se que o peso dos serviços cresceram bastante.

Antes da revisão dos números, o peso desse setor era de 54,1%, tendo pulado para 64%, em 2005. Os investimentos, que eram de R$934,8 bilhões, subiram para R$1,1 trilhão. No ano 2000, constatou-se o mesmo fenômeno: o peso dos serviços subiu de 56,3% para 66,7%, assim como os investimentos, que pularam de R$552 bilhões para R$681 bilhões.

Não foram só os gastos com telefone que mudaram o perfil desse setor na economia brasileira. O principal responsável por essa mudança estrutural, que significou um aumento de participação em mais de 10 pontos percentuais, foi o fato de alguns serviços, que no passado eram computados como gastos das empresas, terem sido terceirizados.

- Esses números espelham a nova estratégia competitiva das empresas que estão seguindo o caminho da terceirização dos serviços - analisa o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

Ele não tem dúvidas de que o país está mais maduro, ao seguir as tendências das grandes economias.

Todos os itens que fazem parte dos serviços registraram aumento relativo. O comércio aumentou seu peso de 7,2% para 10,7% em 2005. O mesmo ocorreu com os gastos com transporte, armazenagem e correio que triplicaram.