Título: SP pode ter participação ampliada no novo PIB
Autor: Duarte, Patricia e Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 23/03/2007, Economia, p. 26

Expansão do setor de serviços ajuda o Rio, mas queda da indústria extrativa reduz os ganhos

Cássia Almeida

A reformulação das Contas Nacionais, que elevou o Produto Interno Bruto (PIB) em 10,9% em 2005, fazendo a economia brasileira alcançar R$2,1 trilhões, vai mudar também o PIB dos estados. O IBGE, que divulgou anteontem as novas contas nacionais, vai apresentar os números revisados dos estados entre dezembro e janeiro. E nessa revisão pode haver uma redistribuição da riqueza entre os estados.

Na avaliação da economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Mérida Medina, estados do Centro-Oeste e do Sul podem perder participação. A razão é a estrutura econômica desses estados, muito voltados para a agropecuária. Essa atividade, que respondia por 8% na metodologia anterior, perdeu espaço. Agora pesa apenas 5,6%:

- As atividades urbanas cresceram, e a agricultura e a indústria ficaram menores.

Já em São Paulo, a situação se inverte. Há anos, as contas regionais mostram o estado perdendo espaço no PIB nacional, com a descentralização industrial dos últimos anos. Como a indústria perdeu peso na economia (de 37,9% para 30,3%) e os serviços, um outro setor forte no estado, ganharam (de 54,1% para 64%), acredita-se que o maior estado brasileiro ganhe ainda mais espaço.

Quanto ao Rio, dois grandes setores mostraram direções opostas depois da revisão. Enquanto a indústria extrativa-mineral, que responde por 20% da produção industrial fluminense, reduziu sua participação (de 4,6% para 2,6%), os serviços ganharam.

- Os ganhos podem compensar as perdas, e a participação pode ficar igual ou maior, já que os serviços cresceram muito - disse Mérida.

Segundo Frederico Cunha, gerente de Contas Regionais do IBGE, a revisão será feita inicialmente de 2002 a 2005.