Título: BM&F propõe novo contrato de etanol
Autor: Duarte, Patrícia e Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 23/03/2007, Economia, p. 30

Ministro de Minas e Energia diz que é a favor de construção da usina de Angra 3.

BRASÍLIA. O sucesso do álcool combustível brasileiro, tanto no mercado interno quanto no externo, levou a Bolsa de Mercadorias & Futuro (BM&F) a criar um projeto que modifica os atuais contratos futuros de etanol, buscando dar mais liquidez aos papéis, chegar na casa dos bilhões de reais negociados e abrir a possibilidade de um novo mecanismo de compra do produto. A idéia é atrair os investidores estrangeiros, já apostando na elevação das exportações de etanol no futuro.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem 30 dias para avaliar o projeto e, assim que der o sinal verde, a BM&F começará a negociar, possivelmente em maio.

- O setor (de cana-de-açúcar) acredita que vai haver crescimento na produção de álcool no país. Em açúcar, o Brasil já está bem estruturado e exporta bastante - resume o diretor de Derivativos Agropecuários e Energia da BM&F, Félix Schouchana.

Os contratos futuros de etanol já são negociados na bolsa desde 2000, mas sua liquidez foi reduzida drasticamente a partir de 2002 e sempre foi voltada ao investidor interno.

O projeto da BM&F, que deverá ser encaminhado à CVM até segunda-feira, prevê importantes modificações. Entre elas está a negociação dos contratos em dólares, não mais em reais. Além disso, os valores dos papéis serão calculados de acordo com os preços do produto a ser embarcado no Porto de Santos e não mais em Paulínia (SP), considerado centro de distribuição do produto.

As sinalizações de que o governo está disposto a retomar o programa nuclear brasileiro ficaram ontem ainda mais fortes. A uma semana da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou que votará a favor da construção da Usina de Angra 3.

- Você quer saber o meu voto? É a favor - disse ele.

Está marcada para a próxima terça-feira reunião do CNPE que vai discutir a retomada da geração de energia nuclear no país e a conclusão de usina de Angra 3. Ela terá capacidade semelhante a Angra 2, de 1.300 megawatts (MW).