Título: Risco-Brasil no menor nível histórico
Autor: Eloy, Patricia
Fonte: O Globo, 24/03/2007, Economia, p. 40

RIO e BRASÍLIA. O risco-Brasil, termômetro da confiança dos investidores na economia brasileira, encerrou a semana no menor nível da história ao atingir 172 pontos centesimais. O indicador, que começou a ser calculado em 1994 pelo banco americano JP Morgan, recuo ontem 1,71% em relação à véspera. A mínima foi alcançada em meio ao otimismo dos investidores após a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e a revisão positiva da relação dívida/PIB.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um dia de realização de lucros para os investidores mas acabou fechando em alta de 0,24%, em linha com o mercado americano. Na semana, o Ibovespa já acumula valorização de 6,56%, próximo dos níveis observados antes das turbulências que afetaram os mercados globais.

O dólar fechou em ligeira alta, de 0,04%, cotado a R$2,062. Ontem o Banco Central realizou mais um leilão de compra da moeda americana no mercado à vista, com taxa de corte de R$2,0670, o que ajudou a segurar a cotação. Já o Global 40, título mais negociado da dívida externa brasileira, teve queda de 0,74%, cotado a 134% do valor de face.

Mesmo com a turbulência nos mercados internacionais, que se estenderam até meados deste mês, o investidor de fora continua focando o Brasil. De acordo com o BC, o fluxo cambial - que reflete o movimento de entrada e saída de moeda estrangeira no país - estava positivo em US$3,778 bilhões entre os dias 1º e 21 de março. O número mostra que houve uma desaceleração do superávit, já que em fevereiro ele ficou em US$6,977 bilhões. Mas não se trata de tendência.

- Já se percebe que, nas últimas duas semanas, o cenário melhorou - avalia o economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa. (Ana Cecília Santos e Patrícia Duarte)