Título: Senado aguarda STF e ameaça criar CPI do Apagão
Autor: Jungblut, Cristiane e Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 27/03/2007, O País, p. 9

Se Supremo decidir contra investigação na Câmara, senadores da oposição tentarão garantir investigação na Casa.

BRASÍLIA E RIO. Com mais um dia de caos nos principais aeroportos brasileiros, a oposição aumentou a pressão para que sejam investigados os problemas no setor e se prepara para pedir a criação de uma CPI no Senado, caso o Supremo Tribunal Federal decida contra a instalação da CPI do Apagão Aéreo na Câmara. A estratégia é reforçar as críticas à paralisia e à desarticulação do governo e explorar as suspeitas de irregularidades em obras da Infraero.

No Senado, a oposição afirma que já tem apoio suficiente - de 27 senadores - para criar a CPI na Casa, mas só vai recolher assinaturas para um novo requerimento se o Supremo decidir que a CPI da Câmara deve ser arquivada.

Semana passada, em votação no plenário da Câmara, os deputados aprovaram relatório da Comissão de Constituição e Justiça contra a CPI. A oposição, por sua vez, recorreu ao Supremo, pedindo que a Corte determine a instalação da CPI.

- Não vamos fazer nada até a decisão. Se for preciso, coletaremos assinaturas no Senado. Acredito que possamos ter o apoio de mais de 27 senadores - disse o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN).

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou ontem que responderá hoje ao pedido de informações do ministro do Supremo Celso de Mello. O prazo expira quinta-feira. Já o PFL apresentou requerimentos em plenário e em cinco comissões para convidar o ministro da Defesa, Waldir Pires, a comparecer à Câmara e dar explicações sobre o caos aéreo.

O líder da minoria, Júlio Redecker (PSDB-RS), disse que, enquanto aguarda a decisão, a oposição recolhe nos aeroportos assinaturas em favor da CPI. No Rio, o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) passou a manhã de ontem no Santos Dumont colhendo assinaturas. Segundo ele, 1.500 pessoas assinaram, entre elas a atriz Fernanda Torres e o comediante Tom Cavalcanti. Em Congonhas, em São Paulo, o deputado Vanderley Macris (PSDB-SP) conseguiu cerca de duas mil assinaturas.

COLABOROU: Maiá Menezes

www.oglobo.com.br/pais