Título: Carga tributária superou 35% do PIB em 2006
Autor: Novo, Aguinaldo
Fonte: O Globo, 29/03/2007, Economia, p. 26

Soma de impostos e contribuições arrecadados subiu 1,09 ponto percentual e estabeleceu novo recorde histórico.

SÃO PAULO. A carga tributária (soma de todos os impostos e contribuições arrecadadas por municípios, estados e governo federal) alcançou 35,21% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) em 2006, o que representou um salto de 1,09 ponto percentual em relação à variação registrada no ano anterior (de 34,12%). Esses números, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), já consideram os dados revisados do PIB para 2005 e 2006.

Pela nova série elaborada pelo IBPT, o resultado do ano passado foi recorde histórico e manteve o Brasil entre os países com as maiores cargas tributárias do mundo. Para efeito de comparação, os brasileiros pagam mais impostos do que os japoneses (cerca de 26% do PIB em 2005, último resultado disponível), suíços (30%) e canadenses (33%) ¿ países que contam com uma ampla e abrangente rede de proteção social.

Numa relação de 15 países, o Brasil empata com Portugal e Espanha (ambos em torno de 35%) e perde apenas para Reino Unido (37%) e Suécia (51%).

Em 2006, arrecadação média foi de R$2,2 bilhões por dia

De 2002 a 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a carga tributária aumentou 2,56 pontos percentuais. Passou de 32,65%, no fim de 2002, para os 35,21% de 2006. No primeiro mandato do governo Fernando Henrique Cardoso, ainda embalado pelo sucesso do Plano Real, o peso dos impostos havia sido reduzido em 1,23 ponto. Mas no mandato seguinte do tucano, houve uma elevação de 5,27 pontos na carga tributária.

O IBPT não revisou a carga tributária per capita, já que o valor considera apenas o total dos impostos e o número de habitantes do país. O resultado passou de R$3.987,46, em 2005, para R$4.434,68. Na média, foram arrecadados R$2,233 bilhões por dia no ano passado. Por hora, foram R$93.043.969,19 e, por segundo, R$25.845,55 (quantia suficiente para arrematar à vista um carro básico de mil cilindradas).