Título: Dívida pública atinge R$1,260 trilhão
Autor: Alvarez, Regina
Fonte: O Globo, 29/03/2007, Economia, p. 28

Apesar da expansão, governo não teve dificuldades para rolar os papéis.

BRASÍLIA. Mesmo diante da turbulência provocada no mercado internacional pela queda nas bolsas asiáticas, o governo não teve problemas para administrar a dívida pública federal em fevereiro. No mês, houve emissão líquida de papéis R$20,8 bilhões. Esse montante, acrescido de R$11,2 bilhões em juros, fez com que o estoque chegasse a R$1,260 trilhão ¿ alta de 2,6% em relação a janeiro. Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Ronnie Tavares, fevereiro foi um mês favorável para a dívida devido a indicadores econômicos positivos, como risco-país e juros mais baixos.

¿ Fevereiro foi um mês bastante favorável até o dia 27. Risco-país, juros e taxa de câmbio sofreram redução. Depois do dia 27, começaram as turbulências, mas não houve impacto sobre a captação de recursos porque os leilões de títulos já haviam sido realizados ¿ explicou Tavares.

Nelson Machado é convidado para trabalhar na Fazenda

A dívida mobiliária (em títulos) federal interna correspondeu a R$1,120 trilhão do estoque da dívida pública da União. Já a dívida externa foi responsável por R$140 bilhões. Segundo os dados do Tesouro, o custo médio do endividamento total em fevereiro foi de 13,64% ao ano, contra 13% em janeiro.

Tavares explicou que a dívida externa foi a responsável por esse aumento. Isso porque houve valorização do euro em relação ao dólar, o que aumento os custos dos títulos em euros. No entanto, quando se considera apenas a dívida mobiliária federal interna, o custo teve uma queda 14,21% ao ano para 13,99% ao ano.

¿ A curva de juros se reduziu, especialmente no caso da parcela corrigida pelos títulos prefixados (passando de 15,49% para 14,89% ao ano). Houve uma demanda grande dos investidores, que estão mais confiantes na economia ¿ disse o coordenador.

A parcela corrigida pela taxa Selic caiu de 38,9% em janeiro para 38,4% no mês passado. Já o estoque prefixado subiu de 34,5% para 35,4% na mesma comparação. A dívida externa teve pequena redução de 0,1%.

O ministro da Previdência, Nelson Machado, confirmou ontem que foi convidado por Guido Mantega para trabalhar no Ministério da Fazenda. Machado, porém, não quis adiantar o cargo que ocupará. No entanto, o ministro convidado para a pasta do Trabalho, Carlos Lupi, e o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, garantiram que ele irá assumir a secretaria-executiva da Fazenda, hoje ocupada por Bernard Appy. Machado e Mantega são amigos de longa data.