Título: Risco-Brasil volta a fechar no menor nível
Autor: Alvarez, Regina
Fonte: O Globo, 29/03/2007, Economia, p. 28

Discurso do presidente do Fed sobre os riscos da economia derruba ações lá fora e no país.

RIO, WASHINGTON e NOVA YORK. O risco-Brasil, que mede a confiança do investidor na economia do país, encerrou ontem em 172 pontos centesimais, queda de 0,57%. Trata-se do mesmo nível registrado no último dia 24 e o menor da história, desde que começou a ser calculado pelo JP Morgan, em 1994. Os mercados foram influenciados pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, ao Congresso americano, afirmando que a turbulência no mercado imobiliário turvou as perspectivas para a economia dos EUA.

A fala de Bernanke derrubou as ações nos EUA. No fechamento, o Dow Jones perdeu 0,78%, a 12.300,36 pontos, mas chegou a recuar 1,13%, depois que as declarações de Bernanke no Congresso foram divulgadas. O índice Standard & Poor¿s 500, por sua vez, perdeu 0,80%, para 1.417,23 pontos, e o Nasdaq recuou 0,83%, a 2.417,10 pontos.

No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,60%. Na esteira da queda na bolsa, o dólar fechou em alta de 0,29%, cotado a R$2,069. O Banco Central realizou um novo leilão da moeda americana no mercado à vista, ajudando a segurar a cotação.

Os mercados acionários também foram afetados pela fraqueza das encomendas de bens duráveis em fevereiro nos EUA.

¿ As perspectivas de curto prazo para o mercado imobiliário permanecem incertas ¿ afirmou Bernanke.

Ele acrescentou que espera que o núcleo da inflação (que exclui os preços de energia e alimentos) caia gradualmente, mas reconheceu que seu nível está acima do que desejaria.

(*) Com agências internacionais