Título: China e Rússia se unem em missão espacial
Autor: Scofield Jr., Gilberto
Fonte: O Globo, 29/03/2007, Ciência, p. 33

Países fazem parceria para explorar Marte e uma das suas luas.

PEQUIM. A China e a Rússia se uniram para explorar o espaço. Os dois países anunciaram ontem que pretendem enviar uma nave-robô para investigar Marte e a sua maior lua, Phobos, em 2009. O anúncio ocorreu durante a visita do presidente da China, Hu Jintao, à Rússia. Os dois países assinaram acordos que vão resultar em US$4 bilhões em investimentos, inclusive na área de cooperação espacial.

A idéia é fazer com que um foguete russo ¿ o Phobos Explorer ¿ leve ao espaço um satélite de observação chinês e um veículo de exploração russo que será lançado em Phobos, a lua marciana.

De acordo com analistas, o projeto busca estimular os programas espaciais de Rússia e China como forma de acabar com a hegemonia dos americanos neste setor.

Celebrado como um ¿marco da história da exploração espacial conjunta¿ tanto por Pequim quanto por Moscou, o lançamento está previsto para outubro de 2009.

¿ Estudar Phobos vai nos dar material para entender a origem do Sistema Solar e da própria Terra ¿ afirmou Mikhail Marov, diretor da Academia Russa de Ciências à agência RIA Novosti.

Russos têm a tecnologia. Chineses, o dinheiro

Youriy Nosenko, vice-chefe da Agência Espacial Russa, disse no ano passado que a parceria entre russos e chineses estava entrando numa nova era e teceu vários elogios à decisão da China de enviar ainda em 2007 um veículo orbital lunar. Em 2012, a China pretende lançar uma nave destinada a pousar na Lua.

Para analistas, a parceria é perfeita. A Rússia tem muito mais tecnologia espacial do que a China, mas os chineses dispõem de muito mais dinheiro para aplicar em pesquisa espacial do que os russos. Isso torna o trabalho conjunto estratégico para a disposição dos dois países de encostar nos EUA no que diz respeito a programas espaciais. Hoje, a Nasa lidera com folga a exploração do espaço.