Título: Nascimento toma posse nos Transportes
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 30/03/2007, O País, p. 4
Ele diz que caberá a seu partido, o PR, brigar por manutenção dos portos
BRASÍLIA. Apesar das ameaças de seu partido, o PR, de rejeitar o cargo, o senador Alfredo Nascimento (AM) tomou posse ontem como ministro dos Transportes. O auditório do Dnit estava lotado, mas o clima era de frustração com a notícia de que na próxima semana será criada a Secretaria Nacional dos Portos, vinculada à Presidência da República e comandada pelo PSB, tirando parte das atribuições da pasta.
Com a renúncia ao mandato de senador dois meses depois da posse, Nascimento abre vaga para o petista João Pedro Gonçalves da Costa. O suplente é amigo do presidente Lula, que negociou com o ministro a inclusão de seu nome na chapa, já com a promessa de que assumiria o mandato com o retorno do titular para os Transportes.
"Quem vai brigar pelos portos é o Blairo Maggi"
Já empossado, Nascimento, que sobreviveu a um bombardeio de denúncias de irregularidades na campanha, disse que a briga pela manutenção dos portos, daqui para frente, caberá ao partido. O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, novato no PR, recebeu dele a presidência de honra do partido. Blairo pode até tentar negociar, mas a medida provisória que cria a nova secretaria já está pronta.
- A partir de hoje sou um homem do governo. Recebi o ministério inteiro; daqui para a frente, quem vai brigar pela manutenção dos portos é o Blairo Maggi - disse Nascimento.
O ministro chamou de bobagens as denúncias de abuso de poder econômico e compra de votos na eleição passada:
- Apresentei documentos. Quem tem 30 anos de vida pública, as pessoas sempre levantam polêmicas, mas bobagens. Participei deste ministério no momento em que o país vivia um verdadeiro vendaval, em 2005, e saí incólume. Volto de cabeça erguida.
No Planalto, Lula defendeu Nascimento, sem citar as denúncias, ao dizer que o ministério estará em boas mãos:
- Não se deixe abater nunca porque adversário é o que não falta, sobretudo agora que o Ministério dos Transportes tem muito dinheiro.
Mas no PR era clara a frustração com a perda de cargos:
- É como vender um carro, tirar duas rodas e mandar o comprador levar o resto nas costas - protestou o senador Magno Malta (PR-ES).
COLABOROU Cristiane Jungblut