Título: Resultado 41% melhor
Autor: Duarte, Patrícia e
Fonte: O Globo, 30/03/2007, Economia, p. 29

Esforço fiscal foi maior em fevereiro

BRASÍLIA. Com expressiva contribuição dos estados, que fizeram o maior esforço fiscal para a época em 16 anos, o superávit primário do país - economia para pagamento da dívida pública - fechou fevereiro em R$6,679 bilhões, 41,23% acima dos R$4,729 bilhões registrados em 2006, divulgou ontem o Banco Central (BC). O valor representa 4,36% do Produto Interno Bruto (PIB), já considerando o novo cálculo do IBGE, e é o melhor desde novembro de 2005, quando ficou em 4,46%. Os estados, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, tiveram o melhor superávit em fevereiro desde o início da série histórica, em 1991, com R$2,254 bilhões. Muitos governos estão sendo montados, o que posterga os investimentos.

O pagamento com juros somou R$11,009 bilhões, o que resultou em déficit nominal de R$4,33 bilhões. Com base no novo cálculo do IBGE, o superávit em 2006 mudou de 4,32% para 3,88% do PIB. Em janeiro, foi reduzido de 4,79% para 4,30% (no fluxo de 12 meses).

A relação dívida/PIB ficou em 44,7% no mês passado, ligeiramente abaixo de janeiro (44,6%). Lopes calcula que, para o fim do ano, ela esteja perto de 44%.

Apesar de os gastos públicos terem subido 3,7% no primeiro bimestre de 2007 em relação ao ano passado, o secretário do Tesouro Nacional, Tarcísio Godoy, disse ontem que eles estão em linha com as projeções da equipe econômica e, por isso, não há necessidade de se fazerem novos cortes no Orçamento.

No primeiro bimestre, os gastos do Governo Central (Tesouro, Previdência e BC) somaram R$63 bilhões. As despesas com pessoal e encargos foram de R$19 bilhões - 5,3% acima do ano passado por causa de reajustes e da reestruturação de carreiras do serviço público.

Até fevereiro, o superávit primário do Governo Central ficou em R$15,139 bilhões, 56,9% da meta do primeiro quadrimestre. (Martha Beck e Patrícia Duarte)