Título: 'Brasil é líder regional e parceiro global dos EUA'
Autor: Oliveira, Eliane e Passos, José Meirelles
Fonte: O Globo, 31/03/2007, O País, p. 11

Parceria inédita entre os dois países foi assinada para fortalecer democracia de um país africano.

Declaração da secretária de Estado americana, que seria recado a Hugo Chávez, agrada ao governo brasileiro.

WASHINGTON. Após se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse ontem que o Brasil é visto pelos Estados Unidos como um líder regional e um parceiro global, com poder para influenciar outros países em todo o mundo. A declaração agradou ao governo brasileiro e foi, de forma indireta, um recado ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que, na visão de algumas autoridades e de representantes do setor privado, estaria disputando a liderança na América do Sul com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Na medida que o Brasil continua a perceber o poder da democracia e do desenvolvimento em casa, nós olhamos para ele como líder regional e um parceiro global para usar sua influência na ajuda de outras democracias jovens em outras partes do mundo - afirmou a secretária americana.

Brasileiros e americanos atuarão juntos na Guiné-Bissau

Condoleezza, Amorim e o chanceler da Guiné-Bissau, Antônio Isaac Monteiro, assinaram ontem um memorando de entendimento para fortalecer a democracia do país africano, um dos mais pobres do mundo. Esta é a primeira vez que Brasil e Estados Unidos fazem uma parceria para atuar em outra nação. Pelo documento, os americanos repassarão US$200 mil este ano para a Assembléia Nacional da Guiné-Bissau. Além disso, brasileiros e americanos darão suporte técnico e político para fortalecer as instituições do país africano.

- Estamos agradecidos, pois assim será possível construir a paz e a democracia no nosso país - disse o representante africano.

- Trata-se de um acordo de cooperação entre o mais poderoso país do mundo e um dos maiores países em desenvolvimento, para ajudar um dos menores países do mundo - afirmou o ministro brasileiro.

Acordo permitirá intercâmbio de pesquisadores

Brasil e Estados Unidos também firmaram um acordo permitindo o intercâmbio de pesquisadores entre os dois países. Também conversaram sobre a parceria na produção de etanol e outros combustíveis renováveis, além da reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

(*) Enviada especial (**) Correspondente